A mobilização “Levante Mulheres Vivas” realizou, neste domingo (7/12), atos em diversas cidades do país para denunciar o aumento dos casos de feminicídios e demais violências contra as mulheres no Brasil e exigir que a vida das mulheres seja prioridade na sociedade e nas políticas públicas. Segundo a organização, a mobilização ocorreu em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal, reunindo milhares de mulheres, aliadas e aliados em defesa do direito a viver sem violência.
Em Brasília, a manifestação aconteceu pela manhã, na Torre de TV, e contou com a presença da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, que participou do ato ao lado da primeira-dama Janja Lula da Silva, e das ministras Anielle Franco (Igualdade Racial), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação).
Em sua fala, a ministra Márcia Lopes afirmou que o Levante Mulheres Vivas marca uma virada na luta contra a violência de gênero no país e que não há mais espaço para a naturalização das agressões. “Eu penso que esse vai ser um momento que vai marcar um novo tempo para a vida das mulheres no Brasil, é disso que a gente precisava”, afirmou.
Márcia Lopes também destacou a importância do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher – como política de Estado fundamental para a proteção das brasileiras. “Nós temos o Ligue 180 com 20 anos, e que já atendeu 16 milhões de mulheres que denunciam e que querem ser orientadas, encaminhadas e protegidas. Então quero dizer que é muito, muito importante que cada uma e cada um de vocês estejam aqui. Nós queremos pôr em prática tudo aquilo que vocês falaram aqui, esse é o compromisso do presidente Lula”, completou.
A ministra lembrou ainda da Tenda Lilás instalada nesta semana na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, como exemplo de ação que leva informação, acolhimento e orientação diretamente à população e reforça a rede de proteção às mulheres em situação de violência.
Márcia Lopes também criticou as agressões e ataques dirigidos às parlamentares brasileiras ao defender o fim da violência política de gênero e a ampliação da participação das mulheres na política institucional.
“É insuportável ver deputados federais, senadores e tantos parlamentares ofenderem e agredirem as nossas parlamentares. Isso tem que acabar, e para acabar as mulheres têm que saber votar; não vamos votar em homens que agridam ou ofendam as mulheres. Não vamos votar nas mulheres que fazem de conta que defendem as mulheres. Esse é o nosso compromisso”, destacou a ministra, destacando que “queremos eleger 50% de mulheres nos cargos políticos”.
Basta de feminicídio
A mobilização deste domingo também lembrou casos recentes de feminicídio que chocaram o país. Em 28 de novembro, duas mulheres foram assassinadas no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Celso Suckow da Fonseca, no Maracanã, zona norte do Rio de Janeiro, por um funcionário da instituição identificado como feminicida. O crime reforçou a urgência de fortalecer as redes de proteção e garantir resposta rápida e efetiva do Estado em casos de violência contra as mulheres.
21 Dias de Ativismo
O Levante Mulheres Vivas acontece durante 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e do Racismo. A campanha teve início no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Clique aqui para mais informações.
Fonte: Ministério das Mulheres


