A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, cumpriu agendas no estado de São Paulo nesta quinta-feira (18), no Grande ABC, com foco no fortalecimento da rede de proteção e no aprimoramento de políticas públicas para que mulheres possam viver sem violência. A programação incluiu participação em encontro em Mauá e reunião com prefeitos na sede do Consórcio Intermunicipal, em Santo André, além de escuta com vereadoras e representantes de grupos de proteção à mulher da região.
Iniciativa organizada pela Prefeitura Municipal de Mauá, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, o Encontro Mauá com Elas teve como foco a integração, o diálogo e o aprimoramento das ações de enfrentamento às violências no município. Durante o evento, foi apresentado o Sistema Único de Atenção à Mulher de Mauá (SUAMM), que define o Protocolo Municipal de Acolhimento às Mulheres em Situação de Violência e orienta ações e diretrizes em trabalho conjunto. A proposta busca integrar serviços municipais, estaduais e federais diretamente relacionados à proteção, ao combate e à prevenção da violência contra a mulher.
Ao destacar o caráter intersetorial da política para as mulheres, Márcia Lopes lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de atuação articulada do governo nesta pauta. Ela também ressaltou o pioneirismo local e conectou a iniciativa às prioridades debatidas nacionalmente. “Ele falou que os ministros e ministras tinham que estar comigo nessa luta, porque a política de mulheres é uma política intersetorial. E está de parabéns Mauá: quando Mauá cria um sistema único de atenção à mulher, sai na frente. A proposta mais votada na nossa conferência [5ª CNPM] foi a criação de um sistema nacional de política para as mulheres”, destacou a titular da pasta.
A secretária de Políticas Públicas para Mulheres, Cida Maia, enfatizou a construção coletiva do SUAMM e a importância da rede para salvar vidas e devolver dignidade. “O SUAM é fruto de muitas mãos, de muitas vozes, de muitas histórias e de muita construção coletiva que acredita que nenhuma mulher deve enfrentar a violência sozinha. Na vida da mulher, a rede de apoio salva, fortalece, acolhe e devolve dignidade”, destacou. Ela também contextualizou o avanço do município ao integrar atendimentos antes fragmentados e ressaltou o papel do Centro de Referência de Atenção à Mulher (CRAM) como base do sistema e das ações de prevenção realizadas ao longo do ano.
O prefeito Marcelo Oliveira apontou a adesão de todo o secretariado como fator decisivo para o funcionamento da política e chamou atenção para a autonomia econômica como eixo de proteção. “Aqui nós comprometemos todos os secretários e secretárias. Isso é o que faz a diferença para que um programa possa funcionar. Esse programa é fundamental: trabalhar para que a mulher tenha a sua independência financeira”, apontou o prefeito.
Na mesma linha, a presidente do Conselho Municipal da Mulher, Marlene Santiago, reforçou a trajetória histórica da mobilização no território e defendeu que a rede de proteção esteja conectada a medidas concretas de suporte, como moradia e acolhimento para mulheres e seus filhos. “Muitas vezes, a mulher que sofre violência continua dentro do ciclo de violência por falta de apoio. Não tem para onde ir, não tem a rede de apoio, não tem um lugar para ficar com os filhos”, destacou Santiago.
Outras agendas
Em Santo André, Márcia Lopes reuniu-se com prefeitos do Grande ABC e também com vereadoras e mulheres representantes de grupos de proteção à mulher para ouvir demandas e discutir estratégias regionais de fortalecimento da rede de atendimento e proteção. Na ocasião, foram compartilhadas dificuldades e necessidades de apoio do governo federal, em especial para a implementação de unidades da Casa da Mulher Brasileira na região. A ministra afirmou que retornará em 2026 para visitar áreas indicadas para a possível instalação de novos equipamentos.
A agenda da ministra no estado de São Paulo segue nesta sexta-feira (19), com a participação da cerimônia alusiva à ExpoCatadores 2025 e ao Natal dos Catadores e Catadoras, em São Paulo.
Fonte: Ministério das Mulheres