Tatuador é multado em R$ 4 mil após cachorra matar gato em seu quintal

Tutor assinou multa e permanecerá com animal usado para exterminar gatos. (Foto: Reprodução/PMA).

PMA apurou maus-tratos após vídeos nas redes e aplicou sanções; com reincidência, animal poderá ser apreendido.

Tatuador de Campo Grande ficará em posse da cadela sem raça definida após ser multado em R$ 4 mil pela PMA (Polícia Militar Ambiental) pela morte de um gato atacado no próprio quintal. O caso é investigado como maus-tratos a animais e foi atendido pela PMA na noite de quinta-feira (26), após denúncias e publicações nas redes sociais.

De acordo com a PMA, as diligências começaram após o recebimento de denúncias anônimas e a identificação, por meio das redes sociais, do possível autor e do endereço onde os fatos teriam ocorrido. Conforme noticiado anteriormente, o próprio tatuador havia publicado vídeos nas redes sociais nos quais confirmava a morte do gato.

No local, conforme relatado pela polícia, o proprietário do imóvel afirmou ter conflitos recorrentes com vizinhos e admitiu que a cachorra sob sua responsabilidade atacou gatos que entraram em seu quintal. Ele também admitiu que a cadela resultou na morte de ao menos um animal.

Durante a fiscalização, os policiais também constataram, em um imóvel vizinho, a manutenção de aproximadamente 20 gatos em condições consideradas inadequadas. Segundo a PMA, os animais estavam sem registro, vacinação ou acompanhamento veterinário e viviam em ambiente insalubre, o que também configura infração ambiental.

“Diante dos fatos, foram adotadas medidas administrativas e penais, com enquadramento no artigo 32 da Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), que trata de maus-tratos a animais, e no artigo 29 do Decreto nº 6.514/2008”, diz trecho da nota da PMA enviada à reportagem.

A PMA lavrou auto de infração no valor total de R$ 4 mil, sendo R$ 3 mil pela morte do gato e R$ 1 mil pelo uso do cachorro como meio de causar sofrimento e morte. A cadela envolvida na ocorrência permanece em posse do tatuador; entretanto, em caso de reincidência, a PMA poderá apreender o animal de forma definitiva.

O caso – A situação ganhou repercussão após o tatuador publicar, na quinta-feira (25), uma série de vídeos no Instagram em que afirmava ter colocado um cachorro em casa com o objetivo de matar gatos que entravam em seu quintal.

Em uma das gravações, ele mostra um saco de lixo e afirma que dentro havia um gato morto. Em seguida, aparece negando a prática de maus-tratos e alegando que estaria apenas “defendendo o quintal”.

Em outros vídeos, o tatuador disse não se sentir culpado e afirmou já ter feito denúncias ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) sobre a presença constante de gatos soltos na região, alegando ausência de providências.

Após a repercussão negativa, ele voltou a gravar novos vídeos com ataques verbais contra uma mulher que o criticou nas redes sociais. Nas publicações, fez ofensas pessoais, mencionou a possibilidade de entrar com ação por danos morais e afirmou não se preocupar com eventual perda de clientes.

A mulher respondeu com vídeos próprios, nos quais rebate as ofensas e critica a conduta do tatuador. Ela afirmou que os animais não têm como se defender e questionou o fato de ele ter permitido que o cachorro atacasse um gato, além de contestar os argumentos jurídicos apresentados por ele.

Fonte: Campograndenews