A indústria do petróleo é um grande motor da nossa economia: responde por cerca de 10% do PIB industrial brasileiro. O país ocupa a 9ª posição no ranking mundial de produção, com uma média de 300 mil barris/dia.
Nesse cenário, o Rio de Janeiro é protagonista: em 2024, as águas fluminenses foram responsáveis por 87% da produção nacional de petróleo. Mas para toda essa cadeia funcionar em alto mar, ela depende também do bom funcionamento das estradas.
E quem sempre pega a BR-101 para chegar ao trabalho é o Mateus, gerente setorial de Operações da Petrobras. São 6h30 da manhã quando ele deixa sua casa em Campos dos Goytacazes (RJ) rumo a Macaé (RJ). O trajeto de mais de 100 quilômetros até a Base de Imbetiba é rotina para ele há mais de 20 anos.
“Vi essa rodovia se transformar ao longo dos anos, mas sempre existe a expectativa de melhorar. Cada minuto a menos, dirigindo, por exemplo, é um minuto a mais com a minha família. Por isso a expectativa é sempre de melhoria”, conta.
O trajeto de Mateus é compartilhado por milhares de trabalhadores, centenas de caminhões carregados de equipamentos e insumos, e uma complexa cadeia logística que mantém ativa uma das mais importantes regiões produtoras de petróleo e gás do Brasil, a Bacia de Campos.
“De produtos químicos transportados para a produção de petróleo, até os alimentos para as equipes que ficam nas plataformas de petróleo em alto mar, nós dependemos da BR-101 para tudo”, explica Mateus.
A rodovia, no trecho operado pela Autopista Fluminense, entre Niterói e a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, é a principal conexão terrestre da Bacia de Campos, conectando três municípios estratégicos – Macaé, Campos dos Goytacazes e São João da Barra – aos portos, bases operacionais e empresas que sustentam grande parte da produção do petróleo brasileiro. Com a otimização contratual da concessão, que irá a leilão nesta terça-feira (11), a BR-101/RJ irá ganhar novo fôlego.
“Eu tenho uma história, uma ligação forte com a BR-101. Meu pai foi motorista de caminhão, então era a rodovia que tirava meu pai de casa, mas também era a rodovia que trazia ele de volta. E, de modo geral, nessa região somos bem dependentes do transporte rodoviário. Por isso, entendo que a otimização é importante para nós”, se emociona o funcionário da Petrobras.
A BR-101 sempre esteve presente na vida de Mateus: para o bem e para o mal.
“Teve períodos, depois das chuvas de verão, em que a rodovia ficava muito ruim e tive a infelicidade de perder dois pneus do carro cortados pelos buracos. Fiquei traumatizado”, relembra.
As histórias revelam a transformação pela qual a BR-101/RJ passou nas últimas duas décadas. De uma rodovia de pista simples, esburacada, onde o tráfego pesado de caminhões deteriorava rapidamente os reparos, ela saltou para uma estrada moderna, com trechos duplicados, que proporcionam segurança e fluidez. Mas ainda existem obras travadas, que em breve sairão do papel, com a otimização do contrato.

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A engrenagem que não pode parar
No Porto de Macaé, Daniel de Souza Perret, técnico de Logística de Transporte da Petrobras, acompanha o fluxo incessante de carretas que chegam ao único porto próprio da companhia para atendimento à logística offshore. São cerca de 700 veículos por mês, transportando aproximadamente 14 mil toneladas de equipamentos, materiais para sistemas de ancoragem e insumos essenciais para as operações nas plataformas da Bacia de Campos.
“A BR-101 é o principal eixo logístico, que atende tanto o Porto de Macaé quanto o Porto do Açu, então a melhoria de uma rodovia é sempre importante para o comércio local ou para as empresas que dependem dela. Qualquer gargalo logístico pode aumentar os custos de produção”, observa o técnico. “Seria interessante a gente ter essa continuidade da duplicação porque vai reduzir tempo de deslocamento, trazer segurança”, finaliza Daniel.
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), enxerga esse panorama com clareza técnica e estratégica.
“A BR-101 é o principal elo desta região Norte Fluminense e um dos grandes pilares para o desenvolvimento da cadeia de petróleo e gás. Ela é uma rodovia fundamental para a competitividade de toda a indústria do estado”, afirma.
As atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural envolvem uma ampla gama de serviços e produtos, como perfuração e manutenção de poços, instalação e desmontagem de estruturas, suporte técnico e logístico, transporte aquaviário, indústria naval, manutenção de máquinas e equipamentos. Toda essa cadeia depende do transporte rodoviário.
“Não posso deixar de dizer da importância da BR-101. Ela transporta trabalhadores, mercadorias, moradores. Essa rodovia vai além de uma obra de infraestrutura, então é fundamental mantermos essa estrada em boas condições de trafegabilidade”, conclui.
Assessoria Especial de Comunicação
Ministério dos Transportes
Fonte: Ministério dos Transportes


