Brasília, 25/11/2025 – A XXIII Reunião Plenária da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla) teve início nessa segunda-feira (24), no Palácio da Justiça, em Brasília. Mais de 90 instituições membro da Enccla, que representam os Três Poderes da República, das esferas federal, estadual e municipal, além do Ministério Público e da sociedade civil, estarão reunidas até quinta-feira (27).
No primeiro dia, foram aprovados os resultados das dez ações desenvolvidas em 2025. O trabalho foi organizado em quatro eixos temáticos: fraudes no sistema financeiro; uso de inteligência artificial no combate à corrupção; infiltração do crime organizado em cadeias econômicas produtivas; e avanço da agenda ambiental em novos segmentos. Os produtos entregues como resultado das ações podem ser conhecidos aqui.
Segundo o secretário Nacional de Justiça, Jean Keiji Uema, os 23 anos da Enccla confirmam a força do trabalho integrado do Estado brasileiro. “Conseguimos reunir órgãos federais e estaduais em torno de metas concretas que fortalecem o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado. Os resultados de 2025, com avanços da regulação de fintechs à agenda ambiental, reforçam a relevância dessa estratégia como um mecanismo sólido e genuinamente nacional”, destacou.
Para 2026, foram definidos três eixos prioritários — crime organizado e cadeias produtivas; crimes ambientais e fluxos financeiros ilícitos; e integridade, transparência e controle no enfrentamento da corrupção e da lavagem de dinheiro.
O primeiro eixo aprofunda o combate à infiltração de organizações criminosas em cadeias produtivas lícitas, com ênfase no rastreamento de ativos, no bloqueio de fluxos financeiros ilícitos e no uso de tecnologia para desarticular essas estruturas.
O segundo eixo fortalece a capacidade do Estado de prevenir e punir crimes ambientais ao identificar e interromper os recursos que financiam atividades predatórias.
A estratégia amplia o uso de automação, auditoria inteligente e monitoramento remoto para desarticular redes criminosas e proteger o meio ambiente.
O terceiro eixo prioriza a integridade, a transparência e o controle, buscando aprimorar os mecanismos de prevenção, detecção e responsabilização por corrupção, fraudes e lavagem de dinheiro, com atuação coordenada dos órgãos de controle e estímulo ao controle social.
A Enccla
Instituída em 2003, a Enccla se consolidou como um modelo de articulação estratégica no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Ao longo de suas 23 edições, a estratégia implementou 387 ações e metas que contribuíram para o aperfeiçoamento normativo, o fortalecimento das estruturas de controle e a ampliação da cooperação entre órgãos públicos. A plenária anual é o momento de consolidar esses resultados e definir as prioridades para o ano seguinte.
Participam do encontro mais de 90 instituições públicas dos Três Poderes e de diferentes esferas, além do Ministério Público. Organismos internacionais, organizações da sociedade civil e a academia também integram os grupos de trabalho como convidados e contribuem com iniciativas relacionadas aos temas discutidos.
Esses esforços contínuos têm gerado avanços importantes. Entre eles estão o fortalecimento dos marcos normativos, o aprimoramento das estruturas administrativas e a consolidação de canais de comunicação entre os órgãos envolvidos no enfrentamento à corrupção e à lavagem de dinheiro.


