Açúcar oscila no mercado internacional com balanço entre oferta maior e sinais de demanda global

Recuperação após quedas recentes

Os contratos futuros de açúcar registraram leve alta na última terça-feira (19), após uma sequência de quedas influenciada pela expectativa de maior produção no Brasil. O movimento refletiu ajustes de posições, já que os preços haviam caído do maior nível em dois meses para o menor patamar em uma semana.

Dados divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) apontam que o Centro-Sul produziu 3,6 milhões de toneladas de açúcar na segunda quinzena de julho, queda de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado da safra 2025/26, a produção soma 19,26 milhões de toneladas, recuo de 7,8%.

Apesar da menor produtividade agrícola, as usinas ampliaram a destinação da cana para a produção de açúcar: em julho, 54,10% da matéria-prima foi direcionada ao adoçante, contra 50,32% no mesmo mês de 2024.

Desempenho nas bolsas internacionais

Na ICE Futures, em Nova York, o açúcar bruto teve resultados mistos.

  • Outubro/25: alta de 6 pontos, cotado a 16,31 cents/lb;
  • Março/27: estável;
  • Maio/27: queda de 1 ponto, para 17,00 cents/lb.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos de açúcar branco encerraram majoritariamente em alta:

  • Outubro/25: +US$ 1,10, a US$ 477,80/t;
  • Março/27: -US$ 0,60, a US$ 479,50/t.
Açúcar cristal e etanol hidratado

No mercado interno, o açúcar cristal recuou 0,51%, segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP), com a saca de 50 kg negociada a R$ 120,49.

Já o etanol hidratado registrou alta de 0,38%, com o metro cúbico negociado a R$ 2.793,50 nas usinas de Paulínia, conforme o Indicador Diário.

Nova correção nesta quinta-feira (21)

Após ganhos na quarta-feira, sustentados por sinais de maior demanda global, o açúcar voltou a operar em queda nesta quinta (21).

  • Em Londres, o contrato de outubro/25 caiu 1,06%, para US$ 484,40/t.
  • Em Nova York, o açúcar bruto recuou 0,78% no contrato outubro/25 (16,44 cents/lb) e 0,69% no março/26 (17,15 cents/lb).

Na sessão anterior, o mercado havia reagido ao aumento das importações da China, que cresceram 76% em julho, totalizando 740 mil toneladas, além de uma licitação do Paquistão para aquisição de 200 mil toneladas de açúcar refinado.

Oferta global segue pressionando preços

Apesar do suporte momentâneo da demanda, o cenário de produção ainda pesa sobre as cotações. A Covrig Analytics informou que as usinas brasileiras seguem priorizando o açúcar em relação ao etanol, embora a produção total apresente retração.

Além disso, a expectativa de maior oferta da Índia adiciona pressão ao mercado. Chuvas abundantes durante a monção podem elevar a safra 2025/26 para 35 milhões de toneladas, alta de 19% em relação a 2024/25, segundo a Federação Nacional das Fábricas Cooperativas de Açúcar da Índia. A Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia também busca autorização do governo para exportar 2 milhões de toneladas de açúcar.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio