26/04/2016 08h
Sindicato diz que movimento não tem prazo para acabar e quer melhorias.
Agentes penitenciários que trabalham no Presídio de Segurança Máxima, no Jardim Noroeste, em Campo Grande, iniciaram uma paralisação nesta segunda-feira (25). A categoria permanece “aquartelada” no local, comparecendo ao plantão, porém sem trabalhar.
Segundo o Sindicato dos Servidores em Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsap-MS), o movimento ocorre por tempo indeterminado. Os agentes pedem melhores condições de trabalho e segurança.
Na semana anterior, seis agentes foram hospitalizados com a suspeita de intoxicação e envenenamento.
As vítimas ingeriram café por volta das 8h30 da última quarta-feira (20) e, após cerca de 40 minutos, começaram a apresentar os primeiros sintomas. Todos já tiveram alta médica.
A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) informou que diretores estão reunidos para discutir uma solução para o problema.
Diagnóstico
Responsável pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), em Campo Grande, o médico Sandro Trindade Benites, foi acionado e atendeu as vítimas. O profissional suspeita de intoxicação por medicamento e envenenamento por herbicida.
“Eles tiveram tremores, sudorese exagerada, chegando molhados no hospital e com sintomas nos olhos, característico do envenenamento por herbicida”, afirmou na ocasião o médico.
Ameaças constantes
O Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul (Sinsap-MS) ressaltou que os servidores recebem ameaças constantes e, logo após o episódio dos ônibus queimados, a retaliação está ainda maior, principalmente para aqueles que realizaram curso recente.
Ao todo, 80 homens de Campo Grande e do interior passaram pela reciclagem. No entanto, aqueles que foram feridos atuavam especificamente na segurança da passarela, ainda conforme o sindicato da categoria.
Prisões
Após uma ação de agentes penitenciários em treinamento, houve uma represália por parte de detentos e incêndio em três ônibus na cidade, entre a noite da última quinta-feira (14) e madrugada de sexta (15). A investigação identificou 13 pessoas e diz que a ação foi orquestrada por um detento de 19 anos.
Ele teria ligado para parentes e amigos, pedindo que provocassem pânico e incendiassem os veículos, conforme a polícia. Na ocasião, 71 aparelhos celulares foram recolhidos, além de droga para consumo e comércio no local, chips e objetos ilícitos.
Os envolvidos vão responder por 9 crimes, sendo furto, já que estavam com uma moto com registro na polícia, roubo, pelo fato de levarem aparelhos celulares das vítimas nos coletivos, associação criminosa, receptação dolosa, disparo de arma de fogo, dano qualificado, tráfico de drogas, incêndio doloso e também a tentativa de homicídio, já que atearam gasolina em um motorista e ameaçaram atear fogo.
Fonte: G1 MS

