AGU conhece soluções sustentáveis em visita técnica à Embrapa na COP30

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A convite de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), advogados, procuradores e a Advocacia-Geral da União (AGU) estiveram em visita técnica à sede da empresa em Belém (PA). O encontro foi na manhã da última sexta-feira (14/11) durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), e na ocasião, foram apresentadas soluções sustentáveis e iniciativas inovadoras que contribuem com o meio ambiente.

A Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima), da AGU, foi representada pela Procuradora da Fazenda Nacional, Herta Rani Teles Santos. A procuradora destacou que, com a visita, ficou evidente o esforço da instituição para dialogar com agricultores, indígenas e com a sociedade em geral, para a construção conjunta de soluções sustentáveis.

“A Embrapa é um grande espaço de inovação e de estudos. Foram mostradas soluções para agricultores familiares, como para recuperação de terras, e estudos para a retenção de carbono no solo”, destacou.

A visita faz parte do projeto “Pronaclima no Território”. Representantes da sociedade civil e de Universidades da França estiveram presentes, além de técnicos da Embrapa, como o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymario de Paulo Lemes, a Diretora Executiva de Negócios da empresa, Ana Euler, e o ex-deputado Fábio Feldmann, que articulou a Frente Verde durante a Constituinte.

Durante a visita, a AGU ainda teve a oportunidade de conhecer produções de mel e café próprias, plantações de feijão, gergelim, milho, entre outras. Também foram demonstradas soluções para recuperação do solo e pesquisas com espécies diversas.

Iniciativas tecnológicas

Os pesquisadores e técnicos da instituição ainda apresentaram uma solução tecnológica desenvolvida pela empresa em parceria com outras instituições: o mapa digital de carbono orgânico dos solos brasileiros na profundidade de 0 a 30 centímetros. A ferramenta integra modelagem matemática a dados de campo, contribuindo para diversos programas de conservação de recursos naturais.

O estudo utilizou informações ambientais disponíveis, com dados sobre solo, relevo, vegetação e clima. Os dados foram associados a métodos estatísticos para levantar características de áreas não monitoradas diretamente.

Uma das informações mais relevantes obtidas com o trabalho é a estimativa do estoque total de carbono no solo brasileiro na faixa de 0 a 30 centímetros, equivalente a 36,3 petagramas (Pg), sendo que 1 Pg corresponde a 1 bilhão de toneladas.

Durante a visita, o grupo também conheceu o “sisteminha”, uma solução tecnológica voltada para pequenos espaços, tanto urbanos quanto rurais. O objetivo principal do método é garantir a segurança alimentar básica das famílias que adotam o modelo, possibilitando ainda a geração de renda por meio da venda do excedente produzido. A tecnologia se apoia em quatro princípios: miniaturização, replicabilidade, escalonamento da produção e segurança alimentar e nutricional.

Os técnicos da Embrapa também conduziram a comitiva a uma área de capoeira, uma floresta secundária em regeneração. “Os resultados mostram que as capoeiras em regeneração apresentam uma boa relação custo-benefício para ações de recuperação ambiental, mas nada se compara a uma floresta primária”, afirmou Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa.

A pesquisadora explicou que uma floresta primária é aquela que nunca sofreu perturbações significativas causadas pela ação humana, preservando suas características originais. Também chamada de mata virgem, intocada ou original, é marcada por elevada diversidade biológica e por uma estrutura complexa com árvores de diferentes alturas e diâmetros e grande variedade de espécies animais e vegetais.

Diversos fatores influenciam a regeneração das florestas secundárias, e segundo a pesquisadora, “nunca foi possível encontrar uma floresta secundária que alcançasse os resultados de retenção de carbono que uma floresta primária encontra”.

Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU

Fonte: Advocacia-Geral da União