Algicultura se destaca como solução climática

A programação do Ministério da Pesca e Aquicultura segue movimentada na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, realizada em Belém (PA). Nesta quarta-feira (19/11), o secretário-executivo, Edipo Araujo, representou o MPA no painel “Action Agenda event — Seaweed and aquatic foods: blue solutions for climate resilience”, apresentando um tema emergente para a aquicultura e para o meio ambiente:  a algicultura. O painel foi promovido por diversas organizações internacionais de fomento da aquicultura. 

 O cultivo de algas também foi assunto no painel “Promoção de Ações de Mitigação das Mudanças Climáticas por meio da Agricultura, Florestas e Blue Carbon”, realizado na terça-feira (18/11). Este painel foi realizado no pavilhão do Japão, na Blue Zone, um dos espaços de discussão da COP30, e contou com a participação de representantes do governo japonês, de outros ministérios brasileiros, da sociedade civil, de setor acadêmico e do setor produtivo. 

Em seu discurso, Edipo falou sobre a relevância do cultivo de algas como solução climática emergente. “As algas constituem uma nova fronteira verde, com aplicações diversas — alimentos, bioinsumos, fibras, cosméticos, fármacos, bioplásticos, tecidos biodegradáveis e energia renovável. No Nordeste brasileiro, o cultivo de macroalgas já desempenha papel relevante na adaptação de comunidades costeiras, que reúnem condições naturais ideais e tradição pesqueira consolidada”, declarou. 

Além disso, o secretário-executivo afirmou que o desenvolvimento de iniciativas de pesca e aquicultura sustentáveis, como a algicultura, tem sido uma prioridade do Ministério. “O Brasil possui 215 milhões de consumidores, setores alimentares maduros, 8.500 km de litoral, mais de 600 espécies nativas de algas e milhares de comunidades que podem se beneficiar da atividade. Para ampliar o papel das algas nas estratégias climáticas, o MPA estabeleceu parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, para desenvolver o Inventário de Gases de Efeito Estufa da Aquicultura Brasileira, fortalecendo a base científica do setor”, completou. 

Colaboração internacional

Edipo Araujo também destacou a importância de reforçar a colaboração entre os países, já que a produção de algas ainda se concentra nas mãos de poucos, já que China, Indonésia e a Coreia do Sul representam 90% da produção mundial. “O comércio internacional carece de padronização, embora o setor movimente fluxos relevantes. Com investimentos relativamente baixos, há potencial para ampliar a produção global e fortalecer cadeias produtivas resilientes, diversificadas e ambientalmente responsáveis”, destacou. 

Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI)

Durante os paineis, o secretário-executivo aproveitou para falar sobre a Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI), a qual o MPA pretende contribuir de modo significativo. “O objetivo é promover práticas sustentáveis de produção e comercialização de algas marinhas e continentais, estimular o crescimento inclusivo com produtores de pequena escala e fortalecer a cooperação internacional em sustentabilidade, comércio, ciência e inovação”, ressaltou. 

UNGSI é uma plataforma desenvolvida a partir de normas e padrões internacionais, com o objetivo de promover cadeias de valor inovadoras, pesquisa científica, inovação tecnológica, uso sustentável de ecossistemas de carbono azul, financiamento azul e capacitação no setor. 

Fortalecimento da Algicultura – o cultivo de algas como solução climática também será tema do painel “Algas: Bioinsumos aquáticos para sistemas alimentares resilientes, adaptados e sustentáveis”, organizado pelo MPA, nesta quinta-feira (20/11)| das 11h15 às 12h15, no Pavilhão Brasil (Green Zone). 

Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura