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quarta-feira, 15 de maio, 2024
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Anderson Torres diz que a Polícia Militar do DF não seguiu plano para o 8 de janeiro

Segundo a defesa, ele respondeu todas as perguntas feitas e apresentou versão sobre os ataques extremistas em Brasília.

Preso desde 14 de janeiro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres disse à Polícia Federal que houve “falha grave” da Polícia Militar do DF e que a corporação não seguiu o plano elaborado pela pasta para os atos de 8 de janeiro em Brasília. Ele prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de 10 horas nesta quinta-feira (2).

Torres é investigado por omissão dolosa e conivência nos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, na capital federal. O ex-secretário disse também que o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), sabia que ele viajaria para os Estados Unidos em 6 de janeiro às 23h50, e que as passagens foram compradas em 21 de novembro. No entanto, diz que “nunca recebeu nenhum pedido do governador Ibaneis para que negligenciasse com a segurança pública, ao contrário, ele sempre foi muito preocupado com a manutenção da ordem”.

Torres disse ainda que não esqueceu o celular nos Estados Unidos, mas que o perdeu. Segundo ele, todas as conversas profissionais e pessoais que ele teve estavam no aparelho. Ele se ofereceu para fornecer login e senha para acesso dos dados hospedados na internet.

Para o ex-secretário, a minuta de um golpe de Estado encontrada pela Polícia Federal na casa dele, que forçaria a alteração dos resultados das eleições presidenciais, é um documento “totalmente descartável”. “Um documento sem viabilidade jurídica […] que na verdade já era para ter sido descartado”, afirmou.

Os advogados do ex-secretário, Demóstenes Torres e Rodrigo Roca, chegaram por volta das 10h ao 4º Batalhão de Polícia Militar do DF. O depoimento começou às 10h30. O Ministério Público Federal (MPF) também participou da oitiva. 

Anderson Torres diz que a Polícia Militar do DF não seguiu plano para o 8 de janeiro
4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará 2, onde Anderson Torres está preso preventivamente
HELLEN LEITE/R7 – 

À PF, o ex-secretário-executivo de Secretaria de Segurança Pública do DF Fernando de Sousa Oliveira disse que não recebeu orientação específica de Torrres, e que o ex-ministro antecipou informalmente as férias, marcadas para começar em 9 de janeiro.

Além disso, Sousa contou que antes de deixar o Brasil, o ex-secretário não o apresentou aos comandantes das forças policiais nem ao governador Ibaneis Rocha (MDB).

Minuta do golpe

Anderson Torres também é investigado sobre o rascunho de um decreto, encontrado na casa dele, em que tentaria dar um golpe de Estado para mudar o resultado das eleições presidenciais de 2022. A minuta foi apreendida pela Polícia Federal em 10 de janeiro, quando a corporação cumpriu mandado de busca e apreensão.

Anderson Torres diz que a Polícia Militar do DF não seguiu plano para o 8 de janeiro
Minuta de decreto encontrada na casa de Anderson Torres
MATERIAL CEDIDO/R7 

A princípio, o secretário alegou que o documento estava em uma pilha de papéis que ele pretendia triturar no Ministério da Justiça e Segurança Pública e que a revelação da minuta foi feita “fora de contexto”.

Sobre o documento, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, também prestou depoimento à PF nesta quinta-feira. Ele chegou à sede da corporação por volta das 14h30 e saiu uma hora depois, sem falar com a imprensa. Ele disse em entrevistas que recebeu sugestões para mudar o resultado das eleições vencidas pelo presidente Lula, mas que destruiu os documentos.

Fonte: R7