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quinta-feira, 28 de março, 2024
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Artigo: Setembro Amarelo

Rosildo Barcellos 

 A morte não é contrário da vida, e sim sua consequência. Historicamente a palavra suicídio (etimologicamente sui = si mesmo; – caedes = ação de matar) foi utilizada pela primeira vez por Desfontaines, em 1737 e significa morte intencional autoinfligida, isto é, quando a pessoa, por desejo de escapar de uma situação de sofrimento intenso, decide “tirar sua própria vida!”

A tensão nervosa culmina nos conflitos intrapsíquicos que transtorna a tal ponto, que a morte torna-se único refúgio e a inevitável solução dos problemas. Acredito também que o o suicida tenta depositar a culpa de sua morte nos outros indivíduos que compõem seu ambiente social, principalmente nos mais próximos. Neste caso o suicídio funciona como um ”castigo”. É como revidar uma agressão do ambiente que o envolve. Por isto os recados dizendo “agora você vai se lembrar de mim o resto de sua vida”

Na civilização romana, importante era a forma de morrer: com dignidade e no momento certo. Para os primeiros cristãos, a morte equivalia à libertação, pois a doutrina pregava que a vida era um “vale de lágrimas e pecados”. Nesse momento a morte surgia como um atalho ao paraíso. Nos séculos V e VI, nos Concílios de Orleans, Braga e Toledo, proibiram as honras fúnebres aos suicidas, e determinaram que mesmo aquele que não tivesse obtido sucesso em uma tentativa deveria ser excomungado. Os familiares dos suicidas eram deserdados e vilipendiados enfrentando os preconceitos sociais. Apenas na Renascença a humanidade dos suicidas foi reconhecida, o romantismo desse período forjou em torno do tema uma áurea de respeitabilidade.

Em outras culturas, o suicídio era um ato de bravura, como quando os kamikazes direcionaram seus aviões-bomba aos contratorpedeiros americanos em Pearl Harbor. Quando buscamos uma solução bíblica encontramos “nenhum homicida tem permanente, nele, a vida eterna” (1 João 3.15). O Marquês de Maricá dizia: “Os nossos maiores inimigos existem dentro de nós mesmos” uma fronteira tênue.

A ajuda existe, e de alguma forma persiste, exemplifico os Psicólogos por Amor. É iniciativa gratuita foi criada pelo vereador e psicólogo, Ronilço Guerreiro (Podemos), com a ajuda de outros sete psicólogos. Por meio de reuniões semanais no Google Meet, o grupo debate diferentes temas, no qual os pacientes podem intervir durante a conversa sempre que achar necessário. A assistência individual é oferecida pelo próprio Ronilço.Para solicitar atendimento, entre em contato pelo número (67) 9 9115 0283..

Não pretendo conceituar o suicídio, mas contribuir para os que estão em volta de alguém com um problema que pra ele ou ela é incalculável, e que se deprime ou se anula como pessoa, podendo desenvolver um quadro de depressão, que pra mim é o mal do século; pois as famílias não conversam mais, não almoçam juntas e não temos mais cadeiras nas calçadas. Acredito ainda, que o suicidado quer verbalizar a todos, que sua palavra precisa ter valor; que precisa de atenção, claro, como todos nós! Por isso nunca esqueça do seu próximo, de responder as mensagens, de retornar quando possível, a ligação, de agradecer pelo que faz ,(isso mesmo: não ser ingrata nem egoísta)…isso faz uma diferença incomensurável: acredite!

*Articulista