
Nesta sexta-feira (14/11), em Belém, o evento “Finanças para Natureza e o Clima: Experiências no Uso de Métricas Financeiras para a Natureza”, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) durante o Finance Day da COP30, discutiu como métricas financeiras para a natureza podem destravar investimentos em conservação, restauração e soluções baseadas na natureza.
O evento teve a presença do Secretário-Executivo do MMA, João Paulo Capobianco, do Assessor Especial de Economia da pasta, André Aquino, do presidente do BID, Ilan Goldfajn, bem como de representantes do Banco Europeu de Investimento, do Banco Asiático de Desenvolvimento, do Banco do Brasil, e do governo do Reino Unido. O painel destacou instrumentos-chave que o governo do Brasil tem liderado para a transformação ecológica, como a reestruturação do Fundo Amazônia, o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (o TFFF, na sigla em inglês) e a consolidação do Plano Clima.
Durante o evento, foi lançado um guia detalhando indicadores usados para medir resultados ambientais de forma clara, verificável e comparável, que permitem que investidores entendam o impacto real de seus recursos, evitando “nature-washing” e estabelecendo vínculos sólidos entre resultados ecológicos e desempenho financeiro.
Elaborado pelo Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (Grupo BID) e o Grupo Banco Europeu de Investimento (Grupo BEI), em nome do Grupo de Trabalho sobre a Natureza dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs) e em colaboração com o Governo do Brasil, o guia “Financiando a Natureza: um Guia Prático para Seleção de Métricas de Resultados” oferece um caminho estruturado para que desenvolvedores de projetos escolham métricas alinhadas a normas internacionais, confiáveis e adequadas a diferentes classes de ativos e ecossistemas. Ele já vem sendo aplicado em iniciativas como o EcoInvest e servirá como referência para escalar investimentos em clima e natureza.
“Nosso objetivo com todas estas frentes é simples: orientar o capital para onde estão as soluções – na conservação florestal, na restauração da natureza, na economia circular, na transição energética e na inovação verde”, disse Capobianco.
“Investir na natureza é investir em resiliência e desenvolvimento sustentável”, afirmou Goldfajn. “Mas não podemos administrar o que não medimos, e não temos como financiar o que não podemos explicar. Este guia, o Marco de Belém para o Financiamento da Natureza, que chamamos de ‘Alinhamento de Belém, transforma a ambição em ação, fornecendo métricas de natureza comuns em que os investidores podem confiar.”
“Nós historicamente transformamos a natureza em dinheiro. Mas agora precisamos transformar o dinheiro em natureza, reorientando fluxos financeiros. O guia lançado aqui hoje é um passo concreto para dar mais confiança aos investidores e conectar o financiamento aos resultados que realmente importam — para as florestas, para as pessoas e para o planeta”, destacou Aquino.
As métricas financeiras para a natureza são indicadores que permitem contornar a multiplicidade de sistemas e padrões para medir resultados, o que gera ineficiência e insegurança para quem quer investir. Métricas robustas ajudam a demonstrar mudança ecológica — como conservação de florestas, aumento de biodiversidade ou recuperação de ecossistemas — e fornecem a base para produtos financeiros como títulos verdes, contratos de desempenho, instrumentos de dívida vinculados a resultados e mecanismos de pagamento por serviços ambientais.
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