Bolsa Família em Ação encerra primeira etapa de seminários com foco em gestão municipal

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) encerrou nesta semana, em Fortaleza, a primeira rodada dos Seminários Estaduais Bolsa Família em Ação. A iniciativa percorreu cinco estados brasileiros entre setembro e novembro, reunindo gestores municipais e estaduais para fortalecer a execução do programa que atende cerca de 19 milhões de famílias no país.

Ao longo dos encontros, cerca de 3 mil profissionais de 967 municípios participaram das capacitações. Entre eles, secretários de assistência social, coordenadores municipais do Programa Bolsa Família e do Cadastro Único, além de trabalhadores das áreas de saúde e educação. O objetivo foi promover diálogo entre as esferas de governo e qualificar a gestão local do programa.

A rodada começou em setembro, em Porto Alegre, onde as discussões destacaram a gestão de benefícios e condicionalidades. No Rio Grande do Sul, beneficiários que perderam tudo nas enchentes de 2024 relataram como o programa foi essencial para reconstruir suas vidas. Em Roraima, o seminário trouxe o depoimento de uma ex-beneficiária que, após acessar cursos, qualificação e oportunidades, tornou-se assistente social e hoje atua no Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

No Maranhão, mais de 700 participantes debateram a integração entre transferência de renda, condicionalidades e políticas de educação e saúde em um estado que atende 1,16 milhão de domicílios. Salvador, representantes de 337 municípios da Bahia aprofundaram temas como atualização cadastral, uso de sistemas, índice de gestão descentralizada (IGD) e integração do Bolsa Família a outras políticas públicas.

O encerramento em Fortaleza, nos dias 18 e 19 de novembro, reuniu gestores cearenses e marcou um momento de balanço e planejamento. A secretária nacional de Renda de Cidadania do MDS, Eliane Aquino, participou do encontro e enfatizou a importância da presença federal nos territórios.

“Essa iniciativa é sobre parceria, sobre olhar nos olhos das gestões locais e construir soluções conjuntas. O Bolsa Família só existe na vida das pessoas porque existem muitos trabalhadores nos municípios que levam o benefício a quem mais precisa. E é esse trabalho que queremos fortalecer”, afirmou Eliane.

Durante o evento, beneficiários compartilharam suas histórias. Ana Cristina relembrou sua trajetória. “Fui salva pelo Bolsa Família. Estou muito emocionada por estar aqui. Foi uma história muito grande lá para trás, e chegar aqui hoje é uma vitória que vocês não têm noção. Estou aqui para dar força e dizer a todos os usuários que o SUAS salva muita gente todos os dias”, declarou.

Silvana Crispim, coordenadora estadual do Bolsa Família no Ceará, também compartilhou sua experiência. “Minha família não tinha nenhum recurso. Isso me preparou para estar aqui. São 22 anos junto com o Programa Bolsa Família. A dimensão do Programa é garantir alimentação, inserção em direitos sociais e acesso a programas complementares”, disse.

A secretária Eliane Aquino relembrou a trajetória de sua própria família para ilustrar o impacto das políticas sociais no Nordeste. “Na década de 60, meu pai saiu do Ceará para tentar fugir da fome e conseguir um emprego em Brasília. Minha mãe seguiu depois com três filhas no colo. Antes do Bolsa Família, o que víamos nos noticiários era vulnerabilidade, fome, crianças sofrendo. Depois do Programa, conseguimos mudar a cara do Nordeste e do Norte do país. É a porta de entrada para mudar a vida de muita gente”, afirmou.

Nos dois dias de seminário, os participantes assistiram a painéis sobre trajetórias e impactos do programa, com participação do Banco Mundial, além de receberem orientações técnicas sobre gestão de benefícios, pagamentos, condicionalidades e uso dos recursos do IGD-PBF.

Os seminários fazem parte de um conjunto de ações do Bolsa Família em Ação, que inclui lives temáticas, o lançamento de um portal com informações sobre legislação, indicadores e acesso a sistemas como Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família (SigPBF), Sistema de Benefícios ao Cidadão (Sibec) e Sistema de Condicionalidades (Sicon), além de capacitações contínuas.

Para Eliane Aquino, a proposta vai além da capacitação técnica. “Estamos fortalecendo a rede. Esse é o caminho para combater desigualdades, enfrentar a fome e garantir proteção social desde a infância. O Bolsa Família é um direito, e direitos só se concretizam com gestão qualificada”, destacou.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome