O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) recebeu na tarde desta terça-feira (29/04) a delegação da Administração Nacional do Espaço da China (CNSA) para aprofundar as negociações em torno do desenvolvimento do satélite CBERS-5, dentro do programa de cooperação espacial sino-brasileira. O encontro reforça a aliança estratégica entre os dois países e busca alinhar avanços técnicos e políticos ao cronograma de encontros bilaterais previstos para 2025, às margens da Cúpula CELAC-China, em Pequim, e a Cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro.
A ministra destacou o compromisso brasileiro com um salto tecnológico na área espacial e a intenção de consolidar o CBERS-5 como símbolo da inovação conjunta entre países do Sul Global. “Tomamos a decisão política de fazer um investimento sem precedentes no programa espacial brasileiro. Queremos fazer isso junto com a China, renovando nossa parceria e atendendo às expectativas dos nossos presidentes”, afirmou.
Ela também ressaltou a importância do momento político para impulsionar as negociações em curso. “Temos marcos relevantes pela frente, como a Cúpula CELAC-China e a Cúpula dos BRICS, que reforçam a necessidade de manter os temas espaciais no centro da agenda bilateral”, completou.
Durante o encontro, o engenheiro-chefe da Administração Nacional do Espaço da China, Li Guoping, celebrou o compromisso renovado entre os dois países. “É uma honra estar aqui para seguir construindo esse projeto com o Brasil. O CBERS-5 é mais do que um satélite – é um símbolo da confiança mútua e da visão compartilhada para o futuro”, afirmou.
Um salto no monitoramento climático
O CBERS-5, ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres-5, é um projeto de aplicação meteorológica e ambiental que marca a nova fase da histórica colaboração entre os dois países na área espacial. O satélite será o primeiro da série CBERS a operar em órbita geoestacionária – uma posição que permite monitorar continuamente a mesma região do planeta. O foco será o território brasileiro.
Com previsão de lançamento para 2030, o CBERS-5 deverá se tornar uma ferramenta essencial no monitoramento climático, permitindo a detecção de eventos extremos como secas, enchentes e tempestades com mais precisão e agilidade.
Além disso, o projeto representa um avanço significativo em termos tecnológicos, com sensores mais modernos e capacidade ampliada de coleta de dados meteorológicos e ambientais. Ao mesmo tempo, reafirma o protagonismo de Brasil e China como referências em ciência e tecnologia no Sul Global.