
Em um momento simbólico para o turismo de base comunitária amazônico, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério do Turismo (Mtur) oficializaram, nesta sexta-feira (14/11), no estande “Conheça o Brasil”, na Zona Verde da COP30, em Belém (PA), a Trilha Amazônia Atlântica. A rota, com 468 quilômetros, consolida-se como um instrumento estratégico para aproximar conservação ambiental, turismo sustentável e valorização cultural no Pará.
O percurso pode ser realizado a pé, de bicicleta ou a cavalo, ligando florestas, estradas de terra, os Campos Naturais Bragantinos e o litoral amazônico — região que abriga a maior área contínua de manguezais do planeta. Ao conectar áreas protegidas, patrimônios históricos e comunidades tradicionais, a trilha se torna um modelo de integração entre natureza, cultura e desenvolvimento territorial.
Durante o lançamento, a secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos dos Animais do MMA, Rita Mesquita, também ressaltou o papel das trilhas de longo curso na valorização dos modos de vida locais. “Cada trecho dessa rota expressa a relação das comunidades com o território e evidencia como iniciativas de base comunitária podem conservar paisagens e promover identidade cultural”. Rita destacou ainda que as trilhas são democráticas e acessíveis, permitindo que cada pessoa contribua para fortalecer a relação entre sociedade e natureza, um princípio fundamental para o MMA.
Já a ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, enfatizou que a rota é resultado direto da mobilização das comunidades locais. “A trilha nasceu da força do território e da dedicação das pessoas que nele vivem, consolidando um sonho construído ao longo de cinco anos e guiado por uma visão: trilhas conservam, não desmatam”.
Um dos fundadores da iniciativa, o presidente da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, Júlio Meyer, lembrou que o projeto começou como uma proposta voluntária e hoje se transforma em quase 500 quilômetros de trajeto sinalizado, sustentado por uma ampla rede de empreendedores e parceiros.
O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, ressaltou o caráter cultural da rota ao lembrar que ela já vem sendo utilizada por romeiros do Círio de Nazaré que partem de municípios como Viseu, Bragança e Capanema. “A trilha, que também serve aos festejos de São Benedito, transforma caminhos religiosos em experiências mais seguras e próximas da natureza”.
A diretora substituta de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Carla Guaitanele, reforçou que a iniciativa materializa uma política pública essencial: integrar pessoas, territórios e unidades de conservação. “A Rede Nacional de Trilhas se fortalece justamente quando nasce das comunidades e dos territórios onde se desenvolve”.
A cerimônia contou ainda com a participação do presidente da Trilha Amazônia Atlântica, Bruno Borges, além de lideranças comunitárias envolvidas na construção e no manejo da rota.
A trilha é composta por sete segmentos distribuídos entre 17 municípios e atravessa 13 áreas protegidas, entre elas sete unidades de conservação e seis territórios quilombolas históricos. O trajeto parte do centro histórico de Belém, passa por parques urbanos, trechos de mata e comunidades rurais, segue pela centenária Estrada Belém–Bragança e avança pelos Campos Naturais Bragantinos até chegar a Viseu, na divisa com o Maranhão. O percurso se encerra no mirante da Serra do Piriá, com vista para a imensidão da Floresta Amazônica.
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