Brasil seguirá avançando em políticas públicas para demência, afirma vice-ministra da Saúde em Nova York

Foto: Walterson Rosa/MS

Nova York, 24 de setembro de 2024 – A vice-ministra da Saúde do Brasil, Mariângela Simão, representou nesta terça-feira (23), em Nova York (EUA), o país no evento paralelo à Assembleia Geral da ONU “Increasing the Visibility of Dementia in the Context of the UN High-Level Meeting in Non-Communicable Diseases (NCDs)”, promovido pela ADI (Alzheimer’s Disease International) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Em sua fala, Mariângela lamentou a ausência do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, impossibilitado de comparecer devido a restrições arbitrárias impostas pelo governo dos Estados Unidos em seu visto de viagem, o que limitou seus deslocamentos em Nova York. “Não se trata de uma questão pessoal, mas de um ataque ao que o Brasil representa na luta contra o negacionismo em saúde. A pandemia de Covid-19 já nos ensinou: ninguém está seguro até que todos estejam seguros. A cooperação global é essencial”, ressaltou.

A vice-ministra destacou a importância crescente da demência, especialmente do Alzheimer, como condição que afeta não apenas os pacientes, mas também familiares e cuidadores. Ela reforçou que o Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), tem ampliado ações para garantir diagnóstico precoce, tratamento adequado e cuidado humanizado.

Entre os dados mais recentes, o Relatório Nacional sobre Demência 2024 estima que o Brasil tenha cerca de 2 milhões de pessoas vivendo com a condição, com aproximadamente 300 mil novos casos por ano. A maioria dos diagnósticos ocorre em pessoas com mais de 70 anos, e a Doença de Alzheimer representa entre 60% e 70% dos casos.

O SUS registrou, em 2023 e 2024, mais de 37 milhões de consultas anuais e cerca de 4.500 internações hospitalares relacionadas ao Alzheimer. Esses números refletem tanto a alta demanda de serviços quanto a necessidade de fortalecer políticas de atenção integral à saúde da pessoa idosa.

A Política Nacional de Atenção às Pessoas com Doenças Neurológicas orienta ações integradas entre estados e municípios e prioriza áreas como apoio multidisciplinar a pacientes e famílias, capacitação profissional, incentivo à pesquisa científica e conscientização sobre diagnóstico precoce. Sua implementação se deu por meio de um processo participativo envolvendo sociedade civil, comunidade científica e instituições de pesquisa.

Mariângela finalizou sua participação reafirmando o compromisso do Brasil em avançar nas políticas públicas voltadas para a demência. “Nosso objetivo é garantir que nenhuma pessoa com demência seja deixada para trás. Esse desafio exige uma abordagem intersetorial, baseada em dados, que promova dignidade, cuidado e qualidade de vida para todos os pacientes e suas famílias.”

O encontro contou com a presença do ministro da Saúde da Indonésia, Budi Gunadi Sadikin, da embaixadora da Costa Rica, Mariza Valverde, de médicos especialistas na área da saúde mental, entre outras autoridades.  

Regina Xeyla
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde