Brasília recebeu o lançamento nacional da série The Lancet sobre Alimentos Ultraprocessados e Saúde Humana, nesta quarta-feira (3.12). O evento, realizado na Fiocruz Brasília, reuniu pesquisadores brasileiros e internacionais, autoridades públicas e organismos multilaterais, marcando a chegada das discussões ao Brasil após o lançamento global em Londres. A série é produzida por 43 autores de diversos países e está sendo divulgada no país ao longo de dezembro.
A diretora do Departamento de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (Sesan) do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Patrícia Gentil, representou a pasta no evento. Em sua fala, ela classificou o momento como histórico, descrevendo a série não apenas como um conjunto de evidências, mas como um alerta global e uma convocação para ação coordenada.
“Hoje temos novamente um Sistema Nacional de Segurança Alimentar. Mas sabemos que precisamos ir além. A Série Lancet também nos convoca a ir além. Vencer a fome não pode significar aumentar o consumo de ultraprocessados”, afirmou.
Para Patrícia, o país recuperou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar, com Caisan Nacional, Consea Nacional, Plano de SAN e o Plano Brasil Sem Fome, mas é necessário avançar ainda mais no enfrentamento do problema.
A série científica consolida evidências de como os alimentos ultraprocessados têm reestruturado a alimentação global, contribuindo para o aumento de obesidade, diabetes tipo 2, depressão, doenças cardiovasculares e outros agravos. Os artigos propõem uma agenda global de políticas públicas baseada na regulação da publicidade, rotulagem, tributação e ampliação do acesso a alimentos saudáveis.
Patrícia Gentil destacou que esses produtos não chegam ao prato por escolha individual, mas porque os ambientes alimentares estão moldados pela lógica do lucro e atravessados por desigualdades históricas. “O recado é simples e urgente. Comida de verdade no centro da mesa e no centro da política porque onde falta comida saudável, sobram fome, doença e desigualdade. Nenhum país será soberano alimentando suas crianças com ultraprocessados”, declarou.
A diretora ressaltou que o Brasil está mudando esse cenário com políticas públicas práticas. Ela citou medidas como a nova Cesta Básica com imposto zero para tornar alimentos saudáveis mais baratos, a tributação de ultraprocessados para desestimular seu consumo, a compra da agricultura familiar e as Cozinhas Solidárias para levar comida fresca aos territórios, a proibição de ultraprocessados nas escolas e o apoio a cidades para garantir acesso a mercados com alimentos in natura. “A ciência mostrou o caminho e o Brasil está colocando esse caminho em prática. Comida de verdade é direito, é saúde e é futuro”, concluiu.
O evento foi promovido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), Fiocruz Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e Ministérios da Saúde do Brasil.
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Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome


