“O que está faltando? Uma maior conscientização de toda sociedade, de todos os humanos, que são os únicos responsáveis pelo grande desequilíbrio ambiental”. Neila Janes Vieira
O homem que ateou fogo ao próprio corpo, num gesto extremo de alerta sobre a necessidade de defesa do Pantanal, tem seu nome registrado em medalha legislativa da Câmara Municipal de Campo Grande, MS.

minha vida para salvar
o Pantanal”. (Francisco
Anselmo de Barros,
Francelmo)
Foto: ecoa.org.br
A Medalha Legislativa Francisco Anselmo de Barros homenageia pessoas que se dedicam à proteção do meio ambiente, seja por relevantes serviços prestados à sociedade, pesquisas, trabalhos publicados ou por outras iniciativas.
A solenidade de outorga do mérito, em comemoração ao Dia do Meio Ambiente (05/06), acontece nesta quarta-feira, 18, às 19 horas, no plenário do legislativo municipal da capital sul-mato-grossense. Neste ano, serão 39 pessoas agraciadas com a medalha.
Neila Janes, homenageada
Entre os homenageados está Neila Janes Viana Vieira, 61, Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional pela Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Cesup (Centro de Ensino Superior Plínio Chaves dos Santos, hoje Uniderp) e Especialista em Gestão Regional e Urbana, pela UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul).

Neila é natural de Amambai e reside em Campo Grande desde 1977. Consta no seu currículo, além da formação acadêmica nas áreas ambiental e da arquitetura, sua atuação no Planurb, órgão municipal de Planejamento Urbano de Campo Grande, na época Instituto, hoje Agência. Foi também professora de disciplinas relacionadas ao meio ambiente no curso de Arquitetura e Urbanismo da Uniderp.
Legislação ambiental brasileira está entre as melhores
Para Neila, as legislações ambientais brasileiras estão entre as melhores do mundo, no entanto, a implementação das políticas e a aplicação da legislação deixa muito a desejar no âmbito dos governos municipal, estadual e federal.
Ela argumenta afirmando que as empresas e atividades econômicas que poluem e degradam o meio ambiente não são devidamente responsabilizadas pelas suas ações.

Foto: divulgação.
Sobre a conscientização, a Mestre diz que a população de maneira geral não tem formação e informação suficientes sobre a importância do meio ambiente preservado.
Quem foi Francisco Anselmo de Barros, o Francelmo
Francisco Anselmo Gomes de Barros (21/04/1940 – 13/11/2005) foi um ativista dedicado à defesa do meio ambiente, especialmente do Pantanal, durante 30 anos. Conhecido como Francelmo, foi presidente da Fundação para Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul e membro fundador do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e do Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA).

Foto: Viviane Viaut
Num protesto extremo contra as ameaças que o Pantanal sofria então, Francelmo ateou fogo ao próprio corpo. Na ocasião, um projeto de lei previa a implantação de usinas de álcool e açúcar no Pantanal. Esse episódio ocorreu em 12 de novembro de 2005 e ficou marcado na história como o Dia do Pantanal.
Pantanal, ambiente frágil
“Em relação ao Pantanal, a situação é mais complicada, é um ambiente mais frágil e que depende de outros ecossistemas e principalmente da regularidade de chuvas e águas que o abastecem; as degradações que ocorrem com o avanço do Agro nesses ecossistemas impactam muito o Pantanal”, avalia a homenageada.

Foto: Viviane Viaut
Com informações da assessoria de imprensa da Câmara de Campo Grande e do WWF.
Por
Viviane Viaut Moreira
@arte85