CGU e MPI promovem palestra sobre valorização das línguas indígenas no Abril Indígena

Evento contou com a participação do professor Edilson Baniwa, coordenador-geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas (CAPEI), mestre e doutor em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB) - Foto: Kenzo Suzuki -

A Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), realizou, nesta terça-feira (29), a palestra “O bem-viver das línguas e linguagens indígenas”, em celebração ao Abril Indígena. O evento foi promovido pelo Comitê de Equidade, Diversidade e Inclusão da CGU (CEDIN) e contou com a participação do professor Edilson Baniwa, coordenador-geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas (CAPEI), mestre e doutor em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB).

Para o chefe da Assessoria Especial de Participação Social e Diversidade (APSD), Fábio Félix, o momento foi uma oportunidade de fortalecer o compromisso institucional com a diversidade: “A palestra faz parte das ações do CEDIN dentro do Plano de Integridade 2023 – 2025 da CGU, que incorpora a instância “Diversidade e Equidade” como um eixo estratégico, refletindo-se em ações para promover um ambiente mais diverso, justo e inclusivo para todas as pessoas”.

Durante sua palestra, Edilson Baniwa compartilhou reflexões sobre a importância do reconhecimento da diversidade linguística no Brasil e alertou para a existência de políticas públicas que desconsideram a realidade e que não contam com a participação dos povos indígenas em sua construção. “Hoje em dia, existem muitas políticas que se dizem de inclusão. Porém, é necessário que examinemos se elas realmente são eficientes em promovê-la”, afirmou. “Como você irá fazer a inclusão se não conhece essa diversidade?”, completou Baniwa.

Diversidade linguística em números

A apresentação trouxe dados relevantes sobre o panorama linguístico no Brasil e no mundo. Embora o país seja considerado multilíngue — com 274 línguas indígenas, segundo o IBGE, cerca de 98% da população brasileira é monolíngue em português. O dado revela o desafio da preservação das línguas originárias, muitas em risco de extinção.

Segundo a Unesco, línguas faladas por menos de 100 mil pessoas estão vulneráveis. No Brasil, das línguas indígenas em uso, 39 contam com menos de 100 falantes e 70 possuem entre 100 e 500 falantes. Frente a esse cenário, o palestrante explicou que se perde muito com o desaparecimento de uma língua, e ressaltou a urgência de políticas linguísticas eficazes: “O Estado brasileiro tem uma responsabilidade grande em manter a diversidade de línguas indígenas.”

2025.03.29 Palestra Abril Indígena: O bem-viver das línguas e linguagens indígenas
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Fonte: Controladoria-Geral da União