Continuando a programação do terceiro dia da Casa da Ciência, ocorreu, nesta quinta-feira (13), a mesa redonda Space Technology-Based Solutions: How to Integrate Internacional Efforts for Climate Mitigation (Soluções Baseadas em Tecnologias Espaciais: Como Integrar Internacionalmente os Esforços para a Mitigação das Mudanças Climática). O espaço é a sede temporária do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em Belém (PA), até 21 de novembro
Representantes de agências espaciais estrangeiras, como da Austrália, do Reino Unido e do Gabão, discutiram a importância das colaborações internacionais para o combate às mudanças climáticas, em especial àquelas ligadas ao desmatamento.
“A ciência e as mudanças climáticas avançam muito rapidamente, portanto, precisamos unir pessoas capacitadas para manter de pé nossas florestas, independentemente do país”, disse o diretor-geral da Agência Gabonesa para Estudos e Observações Espaciais, Aboubakar Mambimba Ndjoungui.
Durante a mesa, os responsáveis apresentaram seus principais projetos de monitoramento de mudanças climáticas e citaram suas particularidades. “Nosso território é composto por 88% de florestas e, no início do projeto, há 20 anos, nós nos perguntamos sobre possíveis ferramentas eficazes que pudessem ajudar a monitorar elas no nível local e nacional. Nós rapidamente entendemos que é quase impossível trabalhar sem as imagens de satélite para o monitoramento e, com isso, trabalhamos para aumentar nossa capacidade”, explicou Mambimba Ndjoungui.
A Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (Organização de Pesquisa Científica e Industrial da CommonWealth), da Austrália, foi representada pelo diretor adjunto de Meio Ambiente, Chris Chilcott; já a United Kingdom Space Agency (Agência Espacial do Reino Unido), do Reino Unido, foi representada pela chefe de Observação da Terra e Clima, Beth Greenaway; e a European Space Agency (Agência Espacial Europeia), foi representada pelo pesquisador do Centro de Observação Terrestre, Frank Martin.
CBERS
A principal cooperação brasileira na área espacial é com a China que, desde 1999, lança satélites em parceria. A união foi fruto de um acordo entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.
Hoje, com seis equipamentos no espaço, o Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) se tornou um sistema completo de sensoriamento remoto de nível internacional.
Inicialmente, a parceria contemplou apenas dois satélites de sensoriamento remoto, o CBERS-1 e 2. Porém, com o sucesso dos primeiros, ambos os governos decidiram expandir o acordo e continuaram lançando equipamentos da mesma categoria.
Atualmente, os países já trabalham para a construção do CBERS-6, o primeiro da série a contar com um radar de abertura sintética (SAR) em banda X e uma plataforma de serviço baseada na Plataforma Multimissão (PMM).
Essa combinação ampliará a capacidade de observação da Terra do Programa Espacial Brasileiro (PEB) que vai permitir o monitoramento contínuo do território nacional mesmo sob cobertura de nuvens. Isso fornecerá dados estratégicos para o planejamento, monitoramento e controle do desmatamento, queimadas e recursos hídricos e vegetação.
Casa da Ciência
A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. Veja a programação completa.


