A Marcha das Mulheres Negras contou, nesta segunda-feira (27.11) com uma Cuidoteca Itinerante no espaço Erê, na Granja do Torto, em Brasília. A iniciativa tem apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família (SNCF) e assegura um espaço dedicado ao cuidado, à proteção e às atividades lúdicas para as crianças, permitindo que as mulheres negras participem da mobilização nacional na capital federal.
Com espaço de acolhida para cerca de 200 crianças, local oferece materiais lúdicos e recursos para assegurar a qualidade do atendimento. A alimentação das crianças será garantida pela organização da Marcha, com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan).
A diretora do Departamento de Cuidados da Primeira Infância e da Pessoa Idosa doi MDS, Maria Carolina Alves, destaca que a Cuidoteca Erê expressa, na prática, o compromisso do Estado com o direito ao cuidado e com a luta antirracista. “Quando apoiamos esta cuidoteca na Marcha das Mulheres Negras, afirmamos às crianças negras que elas merecem proteção, acolhimento e alegria, e que as mulheres não estarão sozinhas nessa luta. Essa é uma política com perfil antirracista porque enfrenta o racismo estrutural desde a infância e reconhece o protagonismo das mulheres negras na construção do Brasil”, disse.
Cuidotecas e Plano Nacional de Cuidados
A cuidoteca é uma oferta pública que integra o Plano Nacional de Cuidados (Decreto nº 12.562/2025) — Brasil que Cuida — e se fundamenta na lógica de corresponsabilidade social entre o Estado e a família, considerando, ao mesmo tempo, quem cuida e quem necessita de cuidado. Presente em diferentes territórios do país, a iniciativa se materializa como um espaço público e gratuito, com equipe capacitada, que oferece atividades lúdicas — como brincadeiras, leitura e artes — e ações de cuidado, incluindo troca de roupas, apoio à higiene, alimentação e momentos de descanso. O serviço também garante acessibilidade para crianças com e sem deficiência.
Com base no Edital MDS nº 19/2025, publicado em outubro de 2025, a SNCF recebeu propostas de nove capitais brasileiras para implantação de cuidotecas em Recife, Maceió, Teresina, Aracaju, Belém, João Pessoa, Fortaleza e Natal.
Em todas essas capitais, as equipes identificaram barreiras que dificultam o acesso das mulheres ao trabalho, à educação e a oportunidades de qualificação, especialmente no período noturno, além da ausência de redes de apoio.
As cuidotecas oferecem tempo, dignidade e apoio às famílias para que busquem oportunidades para uma vida mais cidadã. Ao liberar horas das mulheres para estudo, trabalho ou descanso, a política contribui para reduzir as desigualdades de gênero e raça, fortalecer trajetórias educacionais, ampliar possibilidades de geração de renda e criar caminhos para que essas mulheres vivam livres da violência, da dependência econômica e das limitações impostas pela ausência de rede de apoio. Ao mesmo tempo, assegura às crianças o direito ao cuidado em ambiente seguro e acessível, promovendo o direito ao brincar e incentivando o convívio colaborativo com respeito às diferenças.
Além dos avanços nos municípios, a política também se expande em 45 instituições federais de ensino superior (institutos e universidades), que também ofertarão o Mulheres MIl + Cuidados, garantindo que 10,3 mil alunas tenham acesso às cuidotecas durante a formação profissional. Atualmente, nove universidades federais estão envolvidas em projetos de implantação do serviço — Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM) — fortalecendo a Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), aprovada em 2024, e ampliando o acesso e a permanência de estudantes, especialmente mulheres negras, mães solo, estudantes trabalhadores e responsáveis familiares.
Ao alcançar esses espaços, as cuidotecas fortalecem a perspectiva interseccional da Política e do Plano Nacional de Cuidados, articulando gênero, raça, classe, geração e território, em consonância com o compromisso histórico do Estado brasileiro com a justiça social.
Assessoria de Comunicação – MDS
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome


