Com mulheres do campo, Márcia Lopes destaca papel no combate à fome e defende políticas públicas específicas

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participou na tarde desta segunda-feira (13) da abertura do II Congresso Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), em Brasília. Em um discurso para centenas de trabalhadoras rurais, a ministra destacou o papel histórico das mulheres do campo na promoção da agricultura familiar, no combate à fome no Brasil e defendeu políticas públicas focadas na realidade deste grupo. 

Márcia Lopes ressaltou a importância da escuta das demandas das trabalhadoras rurais pelo Governo do Brasil. “Nós somos um governo democrático e popular e nós precisamos escutar principalmente as mulheres desse país. O dinheiro público tem que ser colocado nas coisas que rendam para o Brasil mais igualdade, solidariedade, mais paz e participação”, afirmou, comprometendo-se a levar as reivindicações do movimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lopes anunciou que as mulheres camponesas serão fundamentais no debate pela implantação do  Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, resultado da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada no início do mês em Brasília; e uma das prioridades do Ministério para os próximos anos. O Plano tem como objetivo organizar e fortalecer as políticas públicas voltadas para as mulheres em todo o país. “Vocês têm o direito à voz, de serem escutadas”, negritou a ministra. 

Quintais produtivos

No evento, foi celebrado um termo de fomento entre o governo federal e o MMC para a implementação de 400 quintais produtivos pelo país. Fernanda Machiaveli, ministra substituta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), defendeu a importância da política que “nasceu da luta das mulheres” e já investiu R$ 78 milhõespara atingir a meta de construção de 92 mil espaços agroecológicos. 

“Veio da pauta da Marcha das Margaridas e, desde então, trabalhamos dia e noite para atingir essa meta. A luta pelos direitos das mulheres começa pela terra e pelo território. Hoje, as mulheres são prioridade na reforma agrária”, contou Machiaveli, revelando que, desde 2023, as mulheres são 51% das pessoas que tiveram acesso à terra no país. “As mulheres protagonizam a luta pela terra”, disse. 

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 Pilares da soberania alimentar

A ministra lembrou o trabalho essencial realizado pelas camponesas durante a pandemia de COVID-19. “Vocês estavam ali na luta, na terra, se organizando, plantando, colhendo e distribuindo”, afirmou Lopes, referindo-se às “toneladas e toneladas de alimentos” doados solidariamente pelas camponesas à população brasileira.

Márcia Lopes enfatizou que as mulheres do campo são fundamentais para a segurança alimentar e nutricional do país. “Vocês são mulheres incríveis, mulheres que produzem, mulheres que superam todos os limites. Eu sei que essa luta é contra tudo e todos. Eu sei que todos os dias vocês têm que se explicar por que vocês defendem os princípios, por que que vocês defendem alimentos orgânicos, alimentos saudáveis, por que vocês cuidam das águas, das florestas, dos campos”.

II Congresso Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas

O II Congresso do Movimento de Mulheres Camponesas segue até quarta-feira (15) e deve resultar em um documento com diretrizes para fortalecer as políticas públicas voltadas para as mulheres do campo. Nesta segunda, diversas autoridades e representantes de movimentos sociais e do governo federal reforçaram o compromisso com a pauta das mulheres. 

Mirela Diovana Milhomem, coordenadora do MMC, elencou as bandeiras do Movimento de Mulheres Camponesas e as lutas históricas pela soberania alimentar e o direito à terra. Mirela pontuou que o Congresso será espaço para atualizar as linhas estratégicas do movimento, fortalecer a organicidade, analisar a conjuntura nacional e internacional e aprovar o documento-tese e referendar a escolha de uma nova coordenação nacional. 

“Reafirmamos a luta na defesa da natureza e do bem viver. Cuidando dos nossos territórios, das terras, águas e florestas. Basta de violência contra a mulher, chega de veneno e invasões. Nós queremos plantar, regar, colher. Continuaremos lutando por políticas públicas que venham fortalecer a nossa agricultura camponesa familiar, bem como de políticas públicas que assegurem a saúde, educação e políticas de cuidado”, defendeu a liderança das mulheres camponesas. 

Fonte: Ministério das Mulheres