Conectividade entre ecologia, sociedade e cultura podem salvar o planeta

Cientistas apresentaram relatório sobre a Amazônia na Casa da Ciência. Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)

No último dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), cientistas se reuniram no painel na Casa da Ciência, em Belém (PA), para apresentar o Relatório de Avaliação da Amazônia 2025. O documento intitulado Conectividade da Amazônia para um Planeta Vivo alerta sobre o fato de que a harmonia entre as questões ecológicas e socioculturais é a principal estratégia para conservar os ecossistemas amazônicos.

Os especialistas concordaram que a complexidade da floresta tropical, que abriga a maior diversidade de espécies do planeta, está sendo ameaçada pela quebra da conectividade que interliga todo o território amazônico. O relatório apresenta a evolução da floresta, dentro dos modelos econômicos atuais, as atividades ilícitas, a governança ineficaz e as mudanças climáticas globais.

O pesquisador e climatologista da Universidade de São Paulo (USP) Carlos Nobre destacou os riscos pandêmicos que a degradação da Floresta Amazônica pode provocar, como a já existente febre oropouche. “Se nós não salvarmos a Amazônia, ela vai gerar dezenas epidemias, e até pandemias” afirmou Nobre. 

O relatório tem oito capítulos, que focam problemas específicos que precisam ser resolvidos e exemplos de soluções que estão sendo implementadas atualmente na Amazônia por diversos atores.

Também participaram do painel o pesquisador titular do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Ayan Fleischmann; a professora e pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Larissa Chermont; a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar; a antropóloga ambiental e ecologista interdisciplinar Simone Athayde; a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Joice Ferreira; o cientista Diego Oliveira Brandão; e o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val.

Casa da Ciência

A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação