Conforme IGGE, mais de 29 mil pessoas foram diagnosticadas com autismo em MS

Foto: Reprodução/Governo Federal

Segundo os dados levantados, em Mato Grosso do Sul, 29.088 pessoas confirmaram ter o diagnóstico do Transtorno, o que corresponde a 1,1% da população total.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (23) os resultados preliminares da primeira pesquisa que traz informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ano de 2022. A publicação traz os perfis sociodemográfico e educacional das pessoas de 2 anos ou mais de idade das pessoas diagnosticadas por um profissional da saúde com autismo. 

Segundo os dados levantados, em Mato Grosso do Sul, 29.088 pessoas confirmaram ter o diagnóstico do Transtorno, o que corresponde a 1,1% da população total. Com esse número, o estado fica na 18ª posição no ranking entre os estados brasileiros. 

Entre os municípios de MS, o maior percentual foi o da cidade de Corguinho, com 2% da população diagnosticada, seguido por Bela Vista, com 1,7%. Os menores percentuais registrados foram nos municípios de Novo Horizonte do Sul, com 0,3%, e Rio Negro, 0,4%. Na capital, foram registradas 10.779 pessoas com o diagnóstico de TEA, o que corresponde a 1,2% da população total da cidade. 

Com relação à comparação por sexo, no Estado, 17.654 homens foram diagnosticados com autismo em 2022, o que corresponde a 1,3% da população total. O número de mulheres foi de 11.435, o que equivale a 0,8% da população total. Assim, o percentual de homens diagnosticados com TEA em comparação com a população total é 62,5% maior que o de mulheres. 

Toda a faixa etária de 0 a 19 anos apresenta percentuais altos para os diagnósticos, porém o maior percentual de pessoas com TEA é nas idades de 5 a 9 anos com 4.237 diagnósticos (2% da população total). 

O Analista Raphael Alves explica que o alto percentual nas idades menores pode estar relacionado ao aumento das iniciativas de busca por diagnósticos. 

“As iniciativas de busca por diagnósticos se intensificaram nos anos mais recentes e a identificação desta característica nestes primeiros anos ganhou importância devido à necessidade de esforços diferenciados no desenvolvimento das crianças e jovens com algum grau de autismo”, comenta. 

Nacional
De acordo com o Censo 2022, foram identificadas 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com o TEA, o que corresponde a 1,2% da população total do país. A prevalência maior foi entre os homens, com 1,5% e entre as mulheres foi de 0,9%. Assim, 1,4 milhões de homens e 1 milhão de mulheres no Brasil foram diagnosticadas como autistas em 2022 por algum profissional da saúde. 

Transtorno do Espectro Autista
A inclusão do autismo no questionário do Censo Demográfico de 2022 foi determinada pela Lei nº 13.861, de 2019, que modificou a Lei nº 7.853, de 1989, para “incluir as especialidades inerentes ao transtorno do espectro autista – TEA, nos censos demográficos”. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autismo é caracterizado por “déficits persistentes na habilidade de iniciar ou manter interações sociais e comunicação social recíprocas, e por uma gama de padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos, repetitivos e inflexíveis, que são claramente atípicos ou excessivos para a idade e o contexto sociocultural do indivíduo”. 

Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

Os sinais mais comuns do TEA são:

Apresentar atraso anormal na fala;
Não responder quando for chamado e demonstrar desinteresse com as pessoas e objetos ao redor;
Ter dificuldades em participar de atividades e brincadeiras em grupo, preferindo sempre fazer tarefas sozinho;
Não conseguir interpretar gestos e expressões faciais;
Ter dificuldade para combinar palavras em frases ou repetir a mesma frase ou palavra com frequência;
Apresentar falta de filtro social (sinceridade excessiva);
Sentir incômodo diante de ambientes e situações sociais;
Ter seletividade em relação a cheiro, sabor e textura de alimentos;
Apresentar movimentos repetitivos e incomuns, como balançar o corpo para frente e para trás, bater as mãos, coçar algumas partes do corpo (como ouvidos, olhos e nariz), girar em torno de si, pular de forma repentina, reorganizar objetos em fileiras ou em cores;
Mostrar interesse obsessivo por assuntos considerados incomuns ou excêntricos, como biologia, paleontologia, tecnologia, datas, números, entre outros;
Além disso, alguns autistas podem manifestar acessos de raiva, hiperatividade, passividade, déficit de atenção, dificuldades para lidar com ruídos, falta de empatia diante determinadas situações e aumento ou redução na resposta à dor e a temperaturas.
 

Fonte: Correiodoestado