Cozinhas Solidárias têm papel central na COP30 e reforçam que justiça climática começa no combate à fome

Foto: Jefferson Mota/MDS

As cozinhas solidárias foram tema de debates, encontros e vivências na COP30, em Belém (PA), mostrando que fazer frente à emergência climática passa necessariamente por enfrentar a fome. A discussão ganhou força ao longo de toda a conferência e evidenciou um ponto essencial: não existe justiça climática sem justiça social. Não há adaptação sem dignidade, e dignidade começa com comida no prato.

A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal, destacou a importância de levar essa pauta para o centro das discussões climáticas. “É uma tecnologia social de adaptação às mudanças do clima, de olhar para os desertos e pântanos alimentares e levar políticas públicas efetivas de acesso à alimentação para quem mais precisa”, afirmou.

Lilian também reforçou que o avanço das cozinhas solidárias integra uma estratégia consistente de reconstrução da segurança alimentar no país. “O Brasil não saiu do Mapa da Fome à toa. Foram várias políticas públicas bem desenhadas, bem coordenadas e bem implementadas, como é o caso do Programa Cozinha Solidária, ampliando o acesso à alimentação saudável”, completou.

O que são as Cozinhas Solidárias

As cozinhas solidárias são uma tecnologia social de combate à fome. Trata-se de uma ação organizada da sociedade civil para produzir e ofertar refeições gratuitas a grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica e insegurança alimentar, incluindo a população em situação de rua. Geralmente funcionam de forma voluntária, mobilizando esforços comunitários, e contam com o apoio do MDS para fortalecimento das estruturas e aquisição de alimentos.

Novidades anunciadas durante a COP30

O programa avançou com o anúncio de um novo edital durante o Fórum Nacional de Cozinhas Solidárias, realizado dentro da programação da COP30. A diretora de Alimentação Adequada e Saudável da Sesan, Patrícia Gentil, apresentou as novidades e reforçou a conexão direta entre as cozinhas e a agenda climática. “É o MDS fortalecendo políticas que promovem resiliência, adaptação ao clima e justiça social, alimentando quem mais precisa”, destacou.

O novo edital marca a próxima fase de expansão das ozinhas Solidárias, que já somam 1,2 mil unidades habilitadas em todo o país — sendo 650 abastecidas com alimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Entre as ações previstas estão a qualificação das estruturas, o fortalecimento da economia solidária nos territórios e a implantação de hortas sustentáveis, em alinhamento com o projeto-piloto de biodigestores apoiado pelo MDS.

Uma operação de grande escala na Cúpula dos Povos

Enquanto os debates climáticos aconteciam nos espaços oficiais da COP30, outra operação garantia a alimentação de milhares de pessoas nos bastidores do evento. A Cozinha Solidária da Cúpula dos Povos, apoiada pelo MDS, serviu 21 mil refeições por dia a trabalhadores, participantes, voluntários e comunidades envolvidas na conferência. Ao todo, foram entregues mais de 105 mil refeições ao longo dos dias do evento.

A operação iniciou em 12 de novembro e seguiu até domingo (16.11), mobilizando cerca de 150 pessoas diariamente na manipulação de aproximadamente 10 toneladas de alimentos. Foram 7 mil refeições por turno — café da manhã, almoço e jantar — destinadas ao público da Cúpula dos Povos, à Universidade Federal do Pará (UFPA) e aos alojamentos.

As marmitas incluíam carne, batata-doce, ovo, pirarucu de manejo, frango, abóbora e uma variedade de frutas, todos provenientes da agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais, reforçando o compromisso do programa com sistemas alimentares sustentáveis.

Assessoria de Comunicação – MDS

Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome