Filho de pais “da roça”, o autor do livro “Da Cela ao Céu“, começa a narrativa contando que é fruto de um milagre de Deus, já que sua mãe era considerada estéril e engravidou após 15 anos de tentativa de engravidar.
Chegando a passar fome com seus pais no ano de 1999, um primo lhe ofereceu um produto para vender. Questionando, disse ser pó e fazendo os cálculos, percebeu que ganharia o dobro, vendo ali uma oportunidade de sair daquela situação e ganhar dinheiro rápido. Com o que ganhou conseguiu fazer compras de mercado e até adquirir uma televisão. Sentiu-se adulto, corajoso e inteligente até que…veio a primeira prisão.
Benjamim, nome fictício do escritor, contou que começou a escrever o livro quando estava foragido na cidade de Foz do Iguaçu no ano de 2012. Nessa época, tinha largado a vida errada e trabalhava em uma igreja de forma voluntária.
Ele conta que teve um amigo escritor que foi morto em Ponta Porã no ano de 2012, sendo uma inspiração, alem do livro ” O Peregrino”, de Jhon Bunyan.
Ressalta que o foco central do livro é sobre o encontro que teve com a palavra de Deus na solitária da penitenciária em Florianópolis – SC, no final do ano de 2002, onde passou 10 dias lendo a Bíblia e conhecendo a verdade sobre a vida e o plano de salvação para a humanidade.
“Na verdade eu conclui o livro no começo desse ano, após voltar de Belém do Pará e estava morando novamente em Foz do Iguaçu, foragido da justiça desde o final de 2018 quando fugi do presídio em Dourados”, afirmou.
Da cela ao céu, o escritor conta que estava dormindo no chão frio de uma solitária, a 1.200 km longe de casa, quando escutou uma doce voz em seu ouvido, dizendo: leia a Palavra!
Benjamim disse que a leitura o levou ao Céu, onde seu nome foi inscrito no livro da vida! Mostrou que Jesus veio salvar o perdido, sendo esperança para quem está no mundo do tráfico, tão comum na fronteira.
Relata ainda que tem uma condenação de 2011 da Operação Pavão de Santa Catarina, a qual foi condenado a 14 anos e tem outra condenação do mesmo ano em Ponta Porã a qual afirma ser inocente e que foi uma armação, com uma condenação de quase 10 anos e que toda a história está no livro.
Benjamin conta que tem um mandado de prisão em aberto, que o motorista mentiu na delegacia por vingança de uma briga e que o advogado já entrou com pedido de quebra de mandado por falta de provas.
Em fevereiro deste ano, fez uma busca no Google por uma editora confiável e gostou da Autografia do Rio de Janeiro. Entrou em contato, apresentou o rascunho do livro, a editora gostou e o contrato foi fechado. Em setembro deste ano acontece o lançamento oficial na Bienal que será realizada entre os dias 1 a 10 de setembro. Benjamim disse que sua esposa irá representá-lo.
“Possuo ainda 90 exemplares a pronta entrega em Ponta Porã, mas também já tem no site da Editora Autografia, Shoptime, Lojas americanas e livrarias pelo país”, informou.
Benjamim afirma que não faz parte de nenhuma facção, sempre foi um lobo solitário. Conhece Florianópolis, Rio de Janeiro e SP capital, mas nunca se envolveu com facção nenhuma. ” Isso a Polícia e a mídia coloca pra dar Ibope na matéria a fim de prejudicar o indivíduo dentro do sistema carcerário”, disse.
Em relação a sua rotina na prisão,relatou a nossa produção por meio de uma carta que é tranquila e que seu sonho agora é um dia fazer o livro virar filme ou uma série da Netflix, onde deseja levar a nossa fronteira para o Brasil e o mundo, mas principalmente mostrar que o caminho do tráfico cobra um alto preço, com guerras entre famílias e morte de pessoas inocentes.
A mensagem final deixada por Benjamim é de que dinheiro não é tudo na vida. O que mais vale são coisas que o dinheiro não pode comprar, ou seja, a sua paz , a sua família, amor de uma esposa e de seus filhos, o poder andar de cabeça erguida e sentar em frente a casa tomando aquele rico tereré sem ter medo de levar um tiro. ” Isso é a verdadeira riqueza e quero mostrar no livro que o mundo do crime tem uma saída, que é Jesus , o único que está pronto a receber o pecador e perdoar seus pecados dando uma nova vida.”, finaliza Benjamim.