De MS, Cida Gonçalves é demitida do Ministério das Mulheres

Foto: Arquivo / Correio do Estado

Esta é a 12ª mudança que o presidente faz em sua equipe ministerial desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2023.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou nesta segunda-feira, 5, a demissão da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Márcia Lopes é a indicada para assumir o cargo. para o cargo. A confirmação ocorreu por meio de uma nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República nesta segunda-feira (5).

Esta é a 12ª mudança que o presidente faz em sua equipe ministerial desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2023.

A demissão de Cida Gonçalves e a nomeação de Márcia Lopes serão publicadas em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta segunda.

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou e deu posse, na manhã desta segunda-feira, 5 de maio, à assistente social e professora Márcia Lopes para o cargo de ministra das Mulheres, até então ocupado por Cida Gonçalves. A exoneração de Cida Gonçalves e a nomeação de Márcia Lopes serão publicadas ainda hoje, em edição extra do Diário Oficial da União”, afirma o comunicado.

Ministra do Desenvolvimento Social em 2010, Márcia Lopes foi secretária-executiva da pasta e secretária nacional de Assistência Social no segundo mandato de Lula. A nova ministra também foi vereadora de Londrina de 2001 a 2004. Também ocupou o cargo de secretária de Assistência Social da cidade.

Filiada ao PT desde 1982, Márcia Lopes tem 67 anos. É irmã de Gilberto Carvalho, quadro histórico do PT que já foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência de Dilma Rousseff e chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010.

A saída de Cida era esperada desde o início do ano na reforma ministerial que o presidente pretendia fazer. Pesavam contra ela acusações de assédio moral, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Em fevereiro deste ano, a Comissão de Ética Pública da Presidência rejeitou um processo contra Cida por uma denúncia de assédio moral. A agora ex-ministra nega as acusações.

Cida Gonçalves se reuniu com Lula na sexta-feira, 2. 

Anteriormente
No fim da tarde de ontem, o Correio do Estado obteve a confirmação da saída de Cida, com exclusividade junto ao deputado federal Vander Loubet (PT).

“Recebi a informação de Brasília [DF] de que a troca da Cida Gonçalves procede. Trocas ministeriais fazem parte de qualquer governo, dependendo muito do momento e de fatores políticos, então, é algo natural”, minimizou.

Ele ainda completou que, no sábado, assim que soube da mudança do comando no Ministério das Mulheres, entrou em contato com Cida Gonçalves.

“Enviei uma mensagem manifestando meu carinho e reconhecimento pelo trabalho dela à frente da Pasta. Entendo que ela foi corajosa e comprometida no período e se dedicou integralmente às causas das mulheres, mesmo diante de tantos desafios e com recursos limitados”, pontuou.

Vander Loubet também revelou que a ex-ministra do Desenvolvimento Social Márcia Lopes foi convidada na semana passada pessoalmente pelo presidente Lula para assumir o comando do Ministério das Mulheres e que, na ocasião, os dois tiveram uma boa conversa.

Márcia Lopes já desembarca em Brasília hoje, e a previsão é de que ela converse com Lula antes do anúncio oficial da saída da sul-mato-grossense Cida Gonçalves. A princípio, o termo de posse será assinado em uma cerimônia apenas com o presidente.

Na sexta-feira, Lula conversou com Cida Gonçalves por cerca de meia hora e, oficialmente, a assessoria de imprensa do Ministério das Mulheres informou que a agenda tratou “sobre assuntos da Pasta”, entre eles, a implementação da lei que trata da igualdade salarial. 

No entanto, fontes do Palácio do Planalto já afirmavam que a reunião teria sido para comunicar a Cida Gonçalves sobre a mudança, e que ela teria saído da audiência com o presidente bastante abalada. A demissão ocorre em meio a acúmulo de desgastes políticos e críticas internas à sua atuação no governo, que aponta pouca visibilidade do ministério. 

Dada como certa há alguns meses, a demissão ocorre diante de falas incômodas sobre a relação com a primeira-dama Janja da Silva, de quem a ministra é próxima, e ministros. Ainda em fevereiro, a ministra revelou à Comissão de Ética da Presidência da República que costumava interromper a agenda para atender Janja.

Na ocasião, Cida chegou a dizer que ignorava os chamados de dois ministros: Alexandre Padilha (à época, Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência). 
À época ela respondia a um processo, posteriormente arquivado no órgão, por suspeita de ter cometido assédio moral.

A ministra teria sugerido apoio financeiro a uma servidora para que ela se candidatasse nas eleições em 2026, em troca de silêncio em uma denuncia sobre racismo.

Mudanças
A mudança no Ministério das Mulheres será a quinta troca na Esplanada a última delas foi na sexta-feira, quando o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, decidiu deixar o governo.

Em janeiro, a primeira troca ocorreu na Secretaria de Comunicação (Secom), quando o então ministro Paulo Pimenta saiu para dar lugar a Sidônio Palmeira. 

Depois, a ministra da Saúde Nísia Trindade foi substituída por Alexandre Padilha, que abriu lugar para Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI).

No início de abril, o ministro das Comunicações Juscelino Filho pediu demissão. O engenheiro civil Frederico de Siqueira Filho, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), assumiu o comando da pasta.

De MS, Cida Gonçalves é demitida do Ministério das Mulheres
Presidente Lula divulgou na tarde desta segunda a foto da posse Márcia Lopes / Foto: Divulgação

Saiba
Caminhando para ser a última ministra de MS no governo de Lula, Simone Tebet também enfrenta dificuldades.

Ela já perdeu dois secretários de seu alto escalão, insatisfeitos com a postura improdutiva de Lula. Além disso, Tebet enfrenta isolamento político e com pouca inserção nas negociações estratégicas do presidente, que ficam concentradas nas mãos de Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann e Rui Costa.

Até o momento, Lula não fez mudanças que afetam a participação dos partidos do Centrão no governo. Essa era uma das principais expectativas em torno da reforma ministerial, já que um dos objetivos era reestruturar a Esplanada e garantir uma governabilidade maior ao presidente na reta final de seu mandato.

Fonte: Correiodoestado/Com Estadão