Exportadores apóiam a decisão dos auditores-fiscais da Receita Federal nas unidades alfandegárias, mas afirmam: “Fronteira não pode parar de novo”.
Desde o dia 27 de dezembro,os empresários do setor de importação e exportação na região de fronteira, seja Ponta Porã-Pedro Juan Caballero, Mundo Novo- Salto Del Guairá, Corumbá –Bolívia no Mato Grosso do Sul e Foz do Iguaçu – Cidade do Leste, na divisa do Paraná com o Paraguai, estão vivendo momentos difíceis uma vez que o setor comercial já começa a sentir os efeitos da operação padrão que está sendo realizada em protesto ao descaso do governo com a categoria e a própria Receita Federal.
Segundo as informações oficiais, o orçamento do órgão para 2022 sofreu um corte de R$ 1,2 bilhão. Além disso, desde 2014 não é realizado concurso para o preenchimento das vagas em aberto. Outra reivindicação é a regulamentação de pagamento de um bônus de produtividade aos auditores, conforme previsto desde 2016 em negociação do governo federal com a classe.
Na manhã desta sexta-feira (7), aos 11 dias da ‘operação padrão’,a fila no Pátio da Receita Federal na fronteira ultrapassa 40 caminhões e para tentar forçar as autoridades a chegar a um acordo com os servidores, a diretoria da AssimpexPP, que é a Associação de importadores e exportadores de Ponta Porã presidida pelo empresário Alexandre Reichardt de Souza, recebeu a reportagem do site Pontaporainforma e falou da preocupação que a classe está sentindo porque sabe que o trabalho dos auditores-fiscais da Receita Federal nas unidades alfandegárias são de suma importância para que o serviço não pare.
Segundo o presidente da entidade, a Receita Federal é órgão arrecadador do governo Federale é de onde sai os recursos para que o governo Federal cumpra os seus compromissos com relação ao pagamento de tudo que acontece no país e que esse corte de quase 51% que está previsto no orçamento de 2022 seria a mesma coisa que “dar um tiro no pé”, pois vai prejudicar toda uma estrutura de arrecadação. A diretoria está entrando em contato com as autoridades federais para que o Congresso Nacional não aprove essa medida e que tudo possa voltar ao normal como antes.
Outra informação passada por Alexandre é de que o desabastecimento da região de fronteira já esta começando a acontecer porque hoje nos grandes centros já não se consegue mais contratar caminhões para fazer frete para exportação, uma vez que os motoristas já sabem que quando chegamna região de fronteira , ficam na fila da aduana pelo menos 7 dias, devido a operação padrão e quando entrar no Paraguai, devido aos trâmites aduaneiros, ficam no país por mais dois ou três dias, o que acaba inviabilizando o frete.
Quando se trata de mandar as mercadorias do Paraguai para o Brasil, a situação é a mesma: o caminhão passa pela aduana do Paraguai até rápido, mas quando chega na aduana do Brasil, devido a operação, também demora muito e um frete simples até Dourados que antes se fazia dois e até fretes por semana, agora com essa paralisação chega a demorar 4 ou 5 dias, o que acaba inviabilizando devido ao custo alto que passa a custar, subindo em até 40 %, encarecendo o produto ao consumidor final.
O Presidente Alexandre Souza disse que a reivindicação dos auditores-fiscais da Receita Federal é justa, porque sabem da importância desse trabalho e o que ele significa para o país e pensam que esse corte no orçamento não deveria ser feito dessa maneira, justamente no setor que arrecada para o pais crescer.
Se os auditores-fiscais da Receita Federal nas unidades alfandegárias continuar por mais tempo com essa operação padrão, a situação dos comerciantes na região de fronteira voltará a se agravar, justamente neste momento em que as coisas estavam melhorando, pois devido a pandemia que entra em seu terceiro ano,o que ocasionou a fronteira fechada por quase um ano, acabou prejudicando, e muito, a todos os comerciantes que deixaram de arrecadar, tiveram que demitir funcionários e venderam menos.

