Bom dia a todas e a todos.
Ministros, vice-ministros, embaixadores, colegas e parceiros aqui presentes.
Senhoras e senhores,
Infelizmente, em função dos grandes impactos sobre nossa “casa comum”, causados por nossas ações, a crise climática avança mais rapidamente do que nossa capacidade coletiva de resposta.
Houve progresso em compromissos e planejamento, mas a implementação segue fragmentada e insuficiente. Faltam meios para transformar planos de adaptação em resultados concretos para as pessoas, regiões e territórios.
No Balanço Ético Global, ficou evidente: o problema não é falta de soluções, mas distância entre o conhecimento disponível e a vontade política de implementá-las.
Essa lacuna revela que o adequado enfrentamento da emergência climática tem é que ser visto também como um problema de natureza ética. As vozes do Balanço enfatizaram que nações insulares e países em desenvolvimento de renda média-baixa estão na linha de frente dos impactos, embora pouco tenham contribuído para o problema.
Para essas comunidades, o clima extremo já é realidade: marés, erosão, ciclones e o risco de tornarem-se inabitáveis.
No Brasil, mais de 324 milhões de pessoas foram afetadas por eventos climáticos na última década, com perdas superiores a 83 bilhões de dólares.
As pressões climáticas amplificam desigualdades históricas e atingem desproporcionalmente mulheres negras, indígenas, quilombolas e populações periféricas.
O Brasil foi um dos primeiros a incorporar, em sua NDC atualizada, a integração multinível como princípio estruturante da ação climática, unindo governos nacionais, regionais e locais.
No nosso plano nacional de ação, o “Plano Clima”, colocamos as pessoas no centro da adaptação, com foco na redução de vulnerabilidades e na superação de desigualdades estruturantes.
A justiça climática é o eixo do Plano, presente em todo o ciclo de adaptação — da análise de risco ao monitoramento. Priorizamos investimentos que recuperem ecossistemas e fortaleçam a resiliência das populações vulneráveis, especialmente as expostas a desastres.
Enfrentar as causas profundas da vulnerabilidade exige reconfigurar sistemas naturais e humanos — e transformar a forma como planejamos e cooperamos.
Por isso, é urgente reformar o sistema global de financiamento climático para que os planos dos países mais vulneráveis avancem na escala exigida pela ciência e pela lógica do respeito à vida.
É preciso simplificar o acesso aos recursos, coordenar o financiamento público e privado e torná-lo previsível e justo. É imperativo prover financiamento e priorizar investimentos que reforcem a resiliência das populações sob maior risco.
Com ação colaborativa entre países, governos e setores, construiremos um futuro sustentável e resiliente para todos.
E o futuro, como costumo repetir, é apenas um pretexto para fazermos as coisas no presente.
Muito obrigada.
Assessoria Especial de Comunicação Social do MMA
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