Em Audiência na Câmara, MEsp fortalece preparação do Brasil para Jogos Olímpicos de Inverno de 2026

Foto: Henrique Barrios/MEsp

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (3), às 14h, uma audiência pública sobre a preparação da delegação brasileira para os XXV Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrerão em Milão-Cortina, na Itália, entre 6 e 22 de fevereiro de 2026. O encontro reuniu representantes do Ministério do Esporte, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), das confederações de esportes no gelo e na neve e das comissões de atletas das duas entidades.

A secretária Nacional de Excelência Esportiva do MEsp, Iziane Marques, apresentou os aportes da política federal para atletas de inverno, com foco no Bolsa Atleta e no edital Atleta Pódio. “A finalidade do Bolsa Atleta é apoiar resultados. O programa contempla atletas olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos a partir de critérios técnicos e documentais. Hoje, temos 9.671 atletas recebendo o benefício no país e, especificamente nos esportes de inverno, 333 atletas apoiados em 2025, com valor total previsto de R$ 6,5 milhões, sendo R$ 2,9 milhões destinados ao Programa Olímpico de Inverno”, afirmou.

A secretária detalhou ainda os valores pagos nas categorias Estudantil, Nacional, Internacional, Olímpica/Paralímpica/Surdolímpica e Pódio, e destacou os nomes que integram o programa. “Entre os atletas de referência estão a Nicole Silveira, do Skeleton, o Edson Bindilatti, do Bobsled, e o Cristian Ribera, do programa paralímpico. Ao longo do ciclo olímpico e paralímpico, o investimento alcança 55 bolsas e chega a quase R$ 10 milhões, dos quais R$ 7 milhões destinados ao Programa Olímpico de Inverno”, completou.

De acordo com Iziane Marques hoje 42% das bolsistas dos jogos de inverno são mulheres e 58% homens; são sete atletas Pódio; sete atletas da base; 36 internacionais; 243 atletas nacionais; 40 atletas olímpicos, paralímpicos ou surdolímpicos.

Chance de medalhas

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marco Antônio La Porta, apresentou o planejamento da entidade para os Jogos Olímpicos de Inverno e afirmou que a edição de Milão-Cortina terá 16 modalidades, 116 eventos e cerca de 2.900 atletas de 93 países. “Nossa estimativa é levar entre 15 e 21 atletas brasileiros, com uma delegação total entre 70 e 86 pessoas. Essa pode ser a maior participação do Brasil em Jogos de Inverno”, informou.

Ele destacou o trabalho conjunto com as confederações para apoiar atletas nas etapas de classificação e nos treinos internacionais. Entre as ações do Programa de Operação Olímpica (PPO), citou o suporte ao Bobsled em competições classificatórias e aquisição de equipamentos, o pagamento de treinador e preparador físico da atleta Nicole, do Skeleton, e o apoio técnico ao Short Track e ao Esqui Alpino/Cross Country. “O papel do COB é preparar a missão para que o atleta não perca a medalha. Trabalhamos para neutralizar desafios logísticos e garantir condições adequadas de competição”, afirmou La Porta. O presidente ainda informou que, pela primeira vez, o Brasil chegará aos Jogos com chances claras de medalha, com três possibilidades reais identificadas pelas equipes técnicas.

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Trenó do Brasil durante a prova nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018. Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.er

Casa Brasil

La Porta destacou também os desafios logísticos da edição de 2026 e anunciou que o Brasil terá, pela primeira vez em Jogos de Inverno, a Casa Brasil, instalada em Milão entre 5 e 21 de fevereiro, destinada à recepção de atletas, autoridades e patrocinadores. “São seis vilas olímpicas separadas por longas distâncias, muitas vezes medidas em horas. Isso exige planejamento cuidadoso de transporte, saúde, hospedagem e equipamentos”, explicou.

O presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Emílio Strapasson, apresentou os resultados recentes das modalidades no gelo e destacou que o Brasil chega ao ciclo de 2026 com desempenho inédito. “Temos foco em Bobsled e Skeleton. A Nicole Silveira alcançou o melhor resultado da história dos esportes de inverno do país, com o quarto lugar em etapa da Copa do Mundo. O Edson Bindilatti conquistou ouro na Copa América, o que reforça o potencial de classificação e desempenho”, afirmou. Ele também enfatizou o trabalho de formação nacional.

“Hoje, 95% dos atletas da CBDG nasceram no Brasil e competem internacionalmente. O objetivo é desenvolver base sólida, sem dependência de atletas naturalizados”, completou. Participaram ainda o presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Anders Pettersson, e as presidentes das comissões de atletas das duas confederações, Bruna Moura (CBDN) e Erick Vianna (CBDG), que contribuíram com informações sobre critérios de convocação e rotinas de preparação.

Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte

Fonte: Ministério do Esporte