Em grupo de Whats, menina é chamada de “escrava, carvão da África”

(Foto: Reprodução/Direto das Ruas)

A ofensa que mais chocou a família foi a mensagem em que a aluna é chamada de “escrava, carvão da África”, enviada por um dos administradores do grupo, intitulado “Eita Glória”

Adolescente de 14 anos foi vítima de injúria racial em grupo de WhatsApp criado por alunos do 9º ano de escola estadual localizada no Bairro Nova Lima, em Campo Grande. A ofensa que mais chocou a família foi a mensagem em que a aluna é chamada de “escrava, carvão da África”, enviada por um dos administradores do grupo, intitulado “Eita Glória”.

A mãe da estudante procurou a polícia e registrou boletim de ocorrência nesta quarta-feira (21). Segundo o registro policial, o episódio aconteceu na segunda-feira desta semana, quando a adolescente tomou conhecimento das mensagens racistas por meio de um colega de sala, já que ela própria não fazia parte do grupo.

Após ser informada, a vítima procurou a coordenação da escola e relatou o conteúdo das mensagens.

O Campo Grande News conversou com a mãe da vítima na manhã de hoje, a gerente de clínica, 41 anos, afirmou que as ofensas começaram há cerca de três meses, quando a filha ingressou na instituição, e se intensificaram nos últimos dias, inclusive com publicações nas redes sociais.

“Ontem à noite, a menina ainda ficou postando conteúdo racista na internet, dizendo que de branco minha filha só tinha a bola dos olhos e os dentes. Também escreveu que ela merecia apanhar”, afirmou a mãe, visivelmente abalada.

Para ela, o caso é motivado por inveja e intolerância. “A pessoa quando tem luz, incomoda quem não tem. Minha filha estuda à tarde, entrou na escola há pouco tempo. A outra aluna aproveitou a posição de líder de sala para intimidar”, relatou, acrescentando que o caso só chegou à coordenação porque um colega da turma, também integrante do grupo onde as mensagens foram postadas, não aceitou o conteúdo e denunciou.

“Não temos medo, queremos justiça. Se os pais não educam, alguém precisa agir. Ela precisa de acompanhamento psicológico e educação moral. Não pode propagar o ódio desse jeito. Minha filha não pode conviver com esse tipo de ameaça”, declarou.

Segundo a mãe, a escola suspendeu os envolvidos e orientou a família a registrar boletim de ocorrência. “Ontem, quem foi até a escola foi minha mãe, porque eu estava no trabalho. A mãe da outra menina não apareceu. Ela a defende. Além dela, mais dois meninos estão envolvidos. Vou levar adiante o processo. Ela precisa responder por isso para aprender a respeitar o próximo’.

De acordo com a SED (Secretaria de Estado de Educação), a direção da unidade chamou os responsáveis pelos alunos envolvidos, aplicou as sanções previstas no regimento escolar e comunicou o caso ao Conselho Tutelar. A ocorrência também foi registrada no Sistema de Notificações de Ocorrências Escolares.

O caso foi registrado como injúria racial na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

Fonte: Campograndenews