No primeiro dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou da inauguração da Estação Amazônia Sempre, no Museu Emílio Goeldi. O espaço vai sediar mais de 120 eventos abertos ao público que abordam os principais desafios da região amazônica. Além do MCTI e do Goeldi, a iniciativa tem parceria do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Até 21 de novembro, o espaço terá uma agenda de debates que reúnem representantes dos governos da região amazônica, organizações multilaterais, fundos climáticos, bancos de desenvolvimento e organizações da sociedade civil. A estação oferecerá dois espaços colaborativos durante a COP30: um chalé e o Auditório do Centro de Exposições Eduardo Galvão, no Museu Goeldi. O espaço estará aberto ao público das 9h às 18h. Veja a programação completa.
A ministra Luciana Santos ressaltou as parcerias da pasta com o BID em iniciativas como a Rede Latino-Americana de Agências de Inovação, o projeto Conexão Mata Atlântica e a parceria em Conectividade e Digitalização. Segundo ela, a colaboração na Estação Amazônia Sempre vai além da COP30.
“A colaboração entre o programa Amazônia Sempre, do Grupo BID, e o Museu Goeldi [unidade de pesquisa do MCTI] também não se encerra com a COP. É um compromisso de longo prazo para apoiar o conhecimento e a inovação na Amazônia. O apoio inclui restauração da infraestrutura do museu, para que ele continue sendo esse centro de diálogo, colaboração e pesquisa, unindo a sabedoria indígena e o conhecimento científico na região”, apontou.
O presidente do grupo BID, Ilan Goldfajn, considera que a COP30 já é histórica e que a cooperação entre as instituições é essencial para atingir objetivos. “Se você não der alternativa econômica às pessoas, condições de vida, você não consegue tratar a floresta. Você precisa dar condições de vida para as pessoas conviverem pacificamente com a floresta. Por isso, nós tratamos de infraestrutura, coletividade, educação”, afirmou.
Já o diretor do Museu Emílio Goeldi, Nilson Gabas Junior, reforçou que a ciência deve sempre orientar as políticas públicas. “Pela primeira vez na história da Amazônia, os três principais institutos de pesquisa do MCTI na Amazônia, o Inpa [Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia], o Goeldi, o Mamirauá, se integram em rede a outros institutos de pesquisa. É uma oportunidade ímpar para expansão do conhecimento, uso da biodiversidade, por meio da bioeconomia”, disse.
Desafio da bioeconomia
O evento de inauguração também teve o lançamento do Desafio Global da Bioeconomia (Bioeconomy Challenge). O programa tem o objetivo de transformar os princípios globais da bioeconomia em ações concretas e soluções até 2028. Como parte do Plano de Aceleração de Soluções da Agenda de Ação da COP30, o desafio é um esforço global para construir uma bioeconomia positiva para a natureza e que impulsione a descarbonização.


