O governo federal anunciou um aumento nos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2025/2026, em meio a um cenário de instabilidade climática e oscilação de preços. O fundo terá R$ 7,18 bilhões, crescimento de 4,37% em relação ao ciclo anterior, garantindo suporte financeiro à produção, comercialização, estocagem e recuperação de lavouras.
Distribuição do Funcafé: crédito de custeio e linhas específicas
O Funcafé será distribuído da seguinte forma:
- R$ 1,81 bilhão para crédito de custeio, destinado às despesas da lavoura;
- R$ 2,59 bilhões para comercialização, garantindo fôlego ao mercado interno e externo;
- R$ 1,68 bilhão para aquisição de café, assegurando liquidez aos produtores;
- R$ 1,06 bilhão para capital de giro, contemplando cooperativas e indústrias de torrefação e café solúvel;
- R$ 31,3 milhões para recuperação de lavouras danificadas por eventos climáticos, com recursos destinados a replantio, tratos culturais e manejo do solo.
Segundo Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), “a liberação dos recursos reafirma o compromisso com o produtor, protege a renda no campo e assegura a continuidade da produção”.
Seguro Rural: proteção essencial diante do clima extremo
O Seguro Rural vem se consolidando como componente estruturante da gestão da lavoura, diante do aumento de eventos climáticos adversos, como estiagens, calor excessivo e geadas. Entre janeiro e abril de 2025, o setor segurador desembolsou cerca de R$ 2 bilhões em indenizações, alta de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a CNseg, com destaque para a cultura do café.
O Norte e Noroeste Fluminense, recentemente incluídos no Mapa do Semiárido, passam a ter acesso a políticas públicas de proteção, como o Benefício Garantia-Safra, e crédito rural com taxas mais competitivas. A medida pode liberar até R$ 22 milhões por ano para produtores dessas regiões, conforme a Firjan.
Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, afirma que o seguro “permite que o produtor invista com mais segurança em tecnologias, insumos e práticas agrícolas adaptativas, reduzindo riscos de perdas totais em anos de crise climática”.
Preços do café recuam após 18 meses de alta
Após 18 meses consecutivos de valorização, o café moído apresentou queda de 1,01% no IPCA em julho de 2025, segundo o IBGE. A alta acumulada nos últimos 12 meses ainda é de 70,51%, mantendo o café como o segundo item de maior peso na inflação, atrás apenas das carnes.
A redução dos preços está ligada à entrada da nova safra, que aumentou a oferta no mercado, e não a fatores externos, como as tarifas aplicadas pelos EUA ao café brasileiro. Especialistas alertam que a tendência pode ser temporária, pois o preço do café depende das condições climáticas nas regiões produtoras e da demanda internacional, especialmente da China.
Clima permanece no centro das atenções
Geadas registradas em junho de 2025 em áreas produtoras do Sudeste atingiram lavouras em baixadas e encostas. Embora pontuais, os episódios reforçam as preocupações sobre a produtividade da próxima safra, especialmente em áreas em estágio vegetativo inicial.
O cenário evidencia a importância do Funcafé e do Seguro Rural como ferramentas essenciais para garantir estabilidade financeira e continuidade da produção em meio a incertezas climáticas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio