Geada pode prejudicar severamente lavouras de milho de 2ª safra em MS

Foto: Divulgação/Aprosoja

A colheita do milho no estado deve se estender até a última semana de agosto, período em que o clima segue sob monitoramento constante pelos produtores e especialistas

Uma intensa massa de ar frio e seco avançou sobre o Centro-Sul do Brasil na madrugada desta terça-feira (24), derrubando drasticamente as temperaturas em Mato Grosso do Sul e acendendo um alerta para o agro. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o sistema de alta pressão pós-frontal provocou geadas em diferentes regiões do estado, especialmente no sul, sudoeste e parte do centro-sul.

As condições atmosféricas como o céu limpo, baixa umidade relativa e ventos calmos favoreceram o resfriamento radiativo durante a madrugada, resultando em geadas classificadas como fracas, moderadas e fortes, conforme a temperatura mínima do ar entre 1,5 e 2 metros de altura.

A Ampere Consultoria, especializada em clima para os setores agrícola e energético, projeta que a presença de ventos moderados, associada à própria circulação da alta pressão, pode reduzir o risco de geadas mais intensas, mas o alerta segue válido até o dia 26. Após essa data, a massa de ar frio perde força, embora geadas isoladas ainda possam ocorrer, sobretudo na Região Sul do Estado.

Esse cenário coloca em risco o milho de segunda safra, que atravessa o estágio crítico de enchimento e maturação dos grãos. Segundo o coordenador técnico da Aprosoja, Gabriel Balta, até 48% da safra do Estado está em estágios fenológicos suscetíveis, sendo que 50% desses em R4 (grão pastoso) e 50% em R3 (grão leitoso).

“Temos 48% da safra concentrada nos estádios fenológicos mais suscetíveis. Metade desse total encontra-se em estádio fenológico R4, que é o grão pastoso e pode ser impactado de 25 a 40% da redução do seu potencial produtivo. A outra metade está em R3, que é o grão leitoso, e a geada pode causar o abortamento do grão. Então, dependendo da severidade da geada, pode haver danos maiores. No entanto, é muito cedo para avaliarmos. Nossa equipe vai a campo para avaliar possíveis perdas”, “, afirma o coordenador técnico.

Levantamento recente do Projeto SIGA-MS, também da Aprosoja/MS, mostra que a maior parte das lavouras de milho em Mato Grosso do Sul está em boas condições, entre 77,3% e 94,9% nas regiões nordeste, norte, oeste, centro, sul e sudoeste , mas áreas do sudeste e da fronteira sul têm até 18,5% das plantações em condições ruins.

A colheita do milho no estado deve se estender até a última semana de agosto, período em que o clima segue sob monitoramento constante pelos produtores e especialistas.

Fonte: Campograndenews