O secretário nacional da Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Gilberto Carvalho, anunciou nesta segunda-feira (15) a conclusão do processo de regulamentação da Lei Paul Singer, com expectativa de que o decreto seja assinado ainda nesta semana. O anúncio foi feito durante a abertura do Seminário Paul Singer – Resultados Iniciais, realizado no auditório do MTE, em Brasília, em celebração ao Dia Internacional da Economia Solidária, comemorado em 15 de dezembro.
Na ocasião, Carvalho também informou que, na próxima quarta-feira (17), será inaugurada a filial da Cooperativa dos Condutores de Transportes por Aplicativo (Ligacoop) na capital federal, iniciativa que reforça o fortalecimento da economia popular e solidária no país.
Em sua fala, o secretário relembrou que a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) foi recriada em 2023, junto com o MTE, passando por um processo de revitalização institucional. “No relançamento da Senaes, precisávamos encontrar uma ferramenta para mapear o que restou da economia solidária, e encontramos o Programa Paul Singer. Ele não é inédito, pois a Senaes já teve programas semelhantes, mas traz características particulares”, destacou.
O Programa Paul Singer conta com a parceria da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), órgão vinculado ao MTE, que contribui com conteúdos voltados à promoção da saúde e da segurança dos trabalhadores dos empreendimentos solidários. Segundo o presidente da Fundacentro, Paulo Tourinho, a participação no programa ampliou a atuação da instituição. “O Programa Paul Singer ajudou a Fundacentro a chegar a novos espaços e territórios, levando saúde e segurança para dimensões do mundo do trabalho que antes eram negligenciadas no direito a um trabalho decente, seguro e saudável”, afirmou.
Primeiros dados do Programa Paul Singer
Atualmente, o programa conta com 500 agentes de economia popular e solidária atuando em todos os estados do país, com o objetivo de fortalecer e organizar coletivos e empreendimentos solidários nos territórios.
Entre agosto e outubro, os agentes realizaram o primeiro diagnóstico nacional, visitando 1.511 empreendimentos ou coletivos de trabalho em 866 municípios, com um total de 17.188 registros. Do total de empreendimentos visitados, 62,35% se identificam como coletivos, 29,11% atuam na agricultura familiar e 26,67% na produção de artesanato.
Os dados também revelam dificuldades no acesso a recursos financeiros: 76,24% dos empreendimentos afirmaram não contar com fomento ou apoio financeiro. Entre os que têm acesso, 13,48% recorrem a bancos tradicionais e 8,51% a bancos solidários.
Para Erli Camargo, agente do programa na região Sul, a primeira etapa do diagnóstico evidenciou uma realidade desafiadora. “Os empreendimentos sobrevivem, em sua maioria, em condições precárias, com alto grau de informalidade e necessidade de acompanhamento mais efetivo das entidades de apoio e fomento. Dentro dos territórios, há dificuldades de acesso a espaços de comercialização, processos de legalização e outros recursos. É raro encontrar municípios com políticas efetivas funcionando no âmbito da Economia Popular e Solidária”, destacou.
A programação do Dia da Economia Solidária segue ao longo da tarde com o Seminário de Relançamento do Observatório Nacional de Economia Popular e Solidária, realizado em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com transmissão pelo YouTube.
Confira os seminários
Manhã: Seminários em Comemoração ao Dia Nacional da Economia Solidária (clique aqui)
Tarde: Seminário de Relançamento do Observatório Nacional de Economia Popular e Solidária (clique aqui)


