Impedidos de trabalhar no antigo lixão de Ponta Porã, recicladores buscam ajuda de autoridades

Fotos: Tião Prado

Na manhã de terça-feira (26), as famílias que trabalhavam como catadores de produtos recicláveis no local onde funcionava o antigo lixão de Ponta Porã foram até o Centro Internacional de Convenções para pedir as autoridades uma solução para os problemas que estão enfrentando com a proibição imposta pela justiça para que essas famílias fossem afastadas do local e não façam mais a coleta dos produtos recicláveis.

Falando a reportagem do site Pontaporainforma, algumas pessoas ligadas ao movimento, disseram que cerca de 100 famílias trabalham no local e conseguem arrecadar por mês algo em torno de 300 a 400 reais, valor usado, muitas vezes, para pagar o aluguel, luz, água e fazer algumas compras para a alimentação de toda família.

Esses trabalhadores residem em vários pontos de Ponta Porã e também na cidade de Pedro Juan Caballero e todos os dias, logo pela manhã, vão  até o lixão realizar o trabalho e agora com a proibição eles não tem trabalho e está começando a faltar comida e também  o dinheiro para pagar as contas básicas.

Ao chegaram ao local  onde está funcionando o gabinete do prefeito Hélio Peluffo Filho, eles foram recebidos pelo secretário de Segurança Pública Marcelino Nunes de Oliveira, que tomou ciência de que era um movimento pacifico e tranquilo. Marcelino ouviu as solicitação das pessoas que estavam ali e levou até o prefeito que pediu para acomodar todos no plenário maior do centro de convenções onde conversou com os recicladores.

Da reunião, alem do prefeito Hélio Peluffo Filho, participaram o vice-prefeito Eduardo Campos, os secretários Marcelino Nunes e Vera Lucia da Assistência Social e todos os vereadores da Câmara de Ponta Porã.

Após a reunião, a Secretária Vera Lucia informou a redação do Pontaporainforma o que será feito para melhorar a situação desse pessoal. “Iniciamos as tentativas de atendimento no dia 16 de setembro em uma reunião com 70 famílias. Ficou acordado que seria ofertado aos recicladores, os  cursos por meio do FAC  e entrega de uma cesta mensal e mais a possibilidade da ajuda de custo”, ressaltou a secretária.

Vera Lúcia informou que foi contratado um profissional para dar os cursos, porem, fato importante, é que os recicladores não compareceram para participar e realizar o curso oferecido.

“Nossa equipe continuou as visitas na tentativa de motivá-los aos cursos, mas não obtivemos retorno. Com o movimento de hoje, vamos aproveitar a oportunidade para novas tentativas.  Ainda que não consigamos mudar a vida de todos, mas creio que pelo menos algumas famílias sairá daquela situação de miséria né.”, informou Vera Lúcia.

A oferta de cursos e palestras tem como objetivo de despertar os recicladores para novas possibilidades, já que existe a presença de pessoas muito jovens no grupo dos recicladores, que iniciaram o trabalho no lixão muito cedo, com cerca de 4, 5,9 anos,  e não conhecem outra realidade .

A secretária da Assistência Social disse que a resistência pela mudança é normal , pois eles não acreditam que são capazes.

“A oportunidade é para todos, mas o resultado depende de cada um deles. Não vamos desistir até que colhamos frutos. Esse é o nosso dever. Vamos iniciar uma tentativa de  preparação dos adolescentes e jovens com idade  entre 14 e 24 anos para o mercado de trabalho, com proposta de estágio remunerado nos órgãos da prefeitura, com supervisão e  ajuda de custo para incentivá-los”, finalizou a secretária.

O prefeito Hélio Peluffo Filho informou também que o vice-prefeito e secretário Eduardo Campos, estará elaborando um projeto de lei que será enviado a Câmara Municipal para apoiar os recicladores neste momento difícil, sendo que a proposta foi bem aceita por todos os presentes na reunião.