IPCA-15 de maio registra alta de 0,36% com impacto no setor agropecuário e serviços essenciais

A taxa ficou 0,07 ponto percentual abaixo da registrada em abril (0,43%). No acumulado do ano, o índice soma alta de 2,80%, enquanto nos últimos 12 meses a inflação medida pelo IPCA-15 foi de 5,40%, ligeiramente inferior aos 5,49% do período anterior.

Destaques por grupos de consumo

Vestuário teve a maior alta, com aumento de 0,92%. O reajuste foi puxado principalmente pela elevação nos preços das roupas femininas (1,56%), masculinas (0,92%) e infantis (0,36%).

Saúde e cuidados pessoais avançou 0,91%, influenciado pelo aumento de 1,93% nos produtos farmacêuticos. Esse movimento está ligado à autorização para reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, vigente desde o final de março.

No grupo Habitação, a alta foi de 0,67%, com forte impacto da energia elétrica residencial, que subiu 1,68%. A implementação da bandeira tarifária amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, contribuiu para o aumento. Além disso, reajustes foram aplicados em tarifas de energia em cidades como Salvador (2,07%), Recife (3,33%) e redução em Fortaleza (-1,68%).

Também em habitação, houve reajustes nas tarifas de água e esgoto em Recife (9,98%), Goiânia (4,17%) e Porto Alegre (6,58%). O gás encanado apresentou reajuste médio de 0,77%, principalmente no Rio de Janeiro.

Alimentação e bebidas com variações significativas

O grupo apresentou alta de 0,39%, influenciado principalmente pela desaceleração na alimentação em domicílio, que passou de 1,29% em abril para 0,30% em maio. Entre os alimentos, destacam-se quedas expressivas nos preços do tomate (-7,28%), arroz (-4,31%) e frutas (-1,64%). Por outro lado, houve aumento nos preços da batata-inglesa (21,75%), cebola (6,14%) e café moído (4,82%).

A alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,63%, porém menor que os 0,77% observados no mês anterior. O custo de lanches subiu 0,84% e o de refeições teve leve queda, passando de 0,50% para 0,49%.

Transportes e combustíveis

O setor de transportes apresentou variação negativa de 0,29%, refletindo a queda de 11,18% nas passagens aéreas. As tarifas de ônibus urbano também caíram, especialmente devido à tarifa zero em domingos e feriados em Brasília (-17,20%) e Belém (-11,44%). Algumas cidades, como Curitiba, registraram redução nas tarifas, enquanto Porto Alegre aplicou reajustes.

O metrô teve alta de 0,51%, resultado do reajuste de 5,33% no Rio de Janeiro, compensado pela gratuidade em Brasília nos domingos e feriados. Tarifas de táxi subiram 0,49%, com destaque para o reajuste médio de 10,91% em Porto Alegre.

Os combustíveis tiveram leve alta de 0,11%, puxada pelos aumentos no etanol (0,54%) e gasolina (0,14%). O óleo diesel (-1,53%) e o gás veicular (-0,96%) apresentaram queda.

Variação regional do IPCA-15

Todas as regiões monitoradas registraram alta em maio. Goiânia foi a cidade com maior variação (0,79%), influenciada principalmente pelos aumentos nos preços do etanol (11,84%) e da gasolina (4,11%). Curitiba teve o menor índice (0,18%), beneficiada pela queda nas passagens aéreas (10,13%) e das frutas (4,13%).

Metodologia e abrangência

Os preços considerados para o cálculo do IPCA-15 foram coletados entre 15 de abril e 15 de maio de 2025, comparados com o período de 18 de março a 14 de abril de 2025. O indicador abrange famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, além de Brasília e Goiânia. O IPCA-15 segue a mesma metodologia do IPCA, diferenciando-se apenas pelo período e abrangência da coleta de preços.

Este resultado é essencial para o setor agropecuário, pois reflete a influência das variações nos preços dos alimentos, combustíveis e insumos, impactando diretamente os custos de produção e o poder de compra dos consumidores.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio