A operação investiga um esquema de fraudes em licitações e contratos públicos no município, que teria envolvido servidores e empresários locais
A Justiça concedeu prisão domiciliar à ex-diretora de Licitações de Bonito, Luciane Cintia Pazette, uma das servidoras presas durante a Operação Águas Turvas, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) no dia 7 de outubro. A operação investiga um esquema de fraudes em licitações e contratos públicos no município, que teria envolvido servidores e empresários locais.
Luciane estava presa desde o dia da deflagração da operação e agora passa a responder ao processo em casa, sob medidas cautelares determinadas pela Justiça. Segundo o advogado Tiago Bunning, que representa a servidora, ela é funcionária pública concursada há 25 anos e nunca havia sido alvo de investigação anterior.
“Luciane Cintia é servidora pública concursada na Prefeitura de Bonito/MS há 25 anos. Jamais foi investigada ou processada. Jamais contribuiu para fraude de procedimentos licitatórios, e isso será comprovado ao longo do processo”, afirmou o defensor em nota.
Logo após as prisões, o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues (PSDB), anunciou a exoneração de Luciane Pazette e do então secretário de Administração e Finanças, Edilberto Cruz Gonçalves, também preso na operação. A medida foi comunicada oficialmente pela prefeitura na última sexta-feira (10).
Em nota, o município informou que também determinou a suspensão temporária de contratos com empresas investigadas, como forma de garantir a transparência e a legalidade dos atos administrativos. “A medida reforça o compromisso da gestão com a transparência, a legalidade e a responsabilidade na administração pública”, destacou o comunicado.
Enquanto o caso é apurado, Elcio da Silva Casanova foi designado como secretário interino de Administração e Finanças, e Jander Claro Cruz assumiu interinamente a Tesouraria do município.
Operação Águas Turvas – A investigação do Gecoc aponta que, desde 2021, um grupo de servidores e empresários vinha fraudando licitações de obras e serviços de engenharia em Bonito. De acordo com o Ministério Público, o esquema envolvia simulação de concorrência, exigências direcionadas e o repasse de informações privilegiadas para favorecer empresas específicas. Em troca, servidores públicos receberiam vantagens indevidas.
Além de Luciane e Edilberto, foram presos o empreiteiro Genilton da Silva Moreira, o empresário Carlos Henrique Sanches Corrêa e o corretor de imóveis Luis Fernando Xavier Duarte, este último liberado após pagamento de fiança.
Os investigados são suspeitos de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome da operação, Águas Turvas, faz alusão à perda de transparência nos atos públicos de Bonito, cidade conhecida nacionalmente por suas águas cristalinas e belezas naturais. Segundo o Gecoc, o contraste simboliza como o esquema de corrupção teria “turvado” a imagem do município.
Fonte: Campograndenews