Brasília, 22/05/2025 – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, defendeu a realização de acordos de cooperação policial e a integração de dados para o combate de crimes transnacionais no continente sul-americano durante a abertura da 4ª Reunião da Interpol para Chefes de Polícia da América do Sul, nesta quinta-feira (22), em Brasília (DF).
O evento reúne chefes de polícia da Argentina, da Bolívia, do Chile, da Colômbia, do Equador, da Guiana, do Peru, do Suriname, do Uruguai e da Venezuela, além de autoridades da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), incluindo o secretário-geral, Valdecy Urquiza.
Lewandowski afirmou que o êxito do combate ao crime organizado transnacional requer a união de esforços e de recursos, ou seja, a integração de ações conjuntas de inteligência, de doutrina, de equipamentos, de tecnologias e de operações entre as forças de segurança.
“Tenho defendido o aperfeiçoamento dos mecanismos de troca de informações entre as polícias sul-americanas. Devemos trabalhar para integrar as bases de dados, estimular a troca de informações e promover ações policiais coordenadas”, declarou.
Como exemplo concreto do potencial representado pela integração operacional e de inteligência entre as polícias na América do Sul, ele citou a recente prisão de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foragido de alta periculosidade que se encontrava ilegalmente na Bolívia. Segundo ele, a prisão envolveu a cooperação de diversos países, além da Bolívia e da Interpol.
“A integração doméstica e internacional nos mais diversos níveis que permitiu o desfecho obtido com a rapidez e a eficiência imprescindíveis ao combate ao crime organizado transnacional”, disse Lewandowski.
Cone Sul
O ministro destacou ações que vêm sendo promovidas em parceria com os países do Cone Sul na área da Tríplice Fronteira, no corredor bioceânico (que unirá o oceano Atlântico ao Pacífico) e na região amazônica, onde será implementado o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia).
Lewandowski também ressaltou os esforços que vêm sendo realizados para promover a integração entre as diversas agências envolvidas no combate ao crime organizado dentro do Brasil. “Diante dessa multiplicidade de atores, apresentamos uma proposta de emenda constitucional para integrar as ações de segurança pública no País por meio do Sistema Único de Segurança Pública”.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que representou a organização na cerimônia, reforçou que a cooperação internacional é a “pedra angular” de qualquer estratégia eficiente de combate ao crime organizado. “É somente por meio da colaboração entre nossas forças policiais que conseguimos compartilhar informações sensíveis, localizar alvos em tempo real e, operando concretamente, desarticular redes criminosas que não respeitam fronteiras.”
Conforme Rodrigues, as ameaças evoluem constantemente, e os criminosos se valem de tecnologias avançadas — como inteligência artificial, criptografia e redes descentralizadas de atuação e lavagem de ativos — para ocultar suas atividades e ampliar seu alcance.
“Diante desse cenário, é crucial que continuemos a investir em capacitação e tecnologia, inclusive com o apoio da Interpol. Necessitamos de treinamentos especializados, plataformas de compartilhamento de informações em tempo real e mecanismos de intercâmbio técnico entre os especialistas de nossas instituições”, afirmou o diretor-geral da PF.