Lupi diz que INSS tem ‘fraudes há anos’ e que desvios acontecem ‘em todas as instituições’

Ministro defendeu punição a envolvidos e mudança para que INSS deixe de administrar descontos na folha de pagamentos.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou nesta terça-feira (29) que problemas de fraude ligados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) existem “há muitos anos”, mas há dificuldade em monitoramento das ações pela quantidade de demandas atribuídas à autarquia.

“A Previdência Social tem problemas de fraude há muitos anos. Não é de hoje, há muitos anos. Coibir essa fraude é uma tarefa muito difícil, porque como já falei, não é uma estrutura micro, como você pode assinar um papel e resolver”, disse a deputados na Comissão de Previdência da Câmara.

Lupi também negou omissões dele à frente do ministério para tratar as denúncias do INSS e voltou a admitir demora para apuração do caso. O ministro ainda afirmou, entre as colocações, que o tipo de situação “acontece em todas as instituições”.

“Demorou, demorou, sim, não tenho vergonha de dizer, gostaria de que fosse mais rápido”, afirmou. “Não conseguimos detectar e, aliás, se for falar a verdade, falar como fala o jovem ‘na vera’, isso acontece em todas as instituições”, completou, pouco depois.

Contra administração do INSS

Ao longo das colocações, o ministro também defendeu que o INSS deixe de administrar descontos em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas. Lupi argumenta que, pelo volume de processos, descontos devem passar a ser cobrados de forma independente por entidades, afastando a participação do governo na relação “entre um trabalhador e uma associação”.

“O que o INSS tem que fazer como intermediário dessa relação? Se eu sou entidade representativa, eu busco prestar serviço, busco aposentado e faço cobrança diária com ele. Faz um boleto, um PIX. Porque o INSS tem que cuidar disso? Acho que não é função precípua do Instituto Nacional de Seguridade Social”, defendeu.

Ministro diz ter agido a tempo

O ministro também disse ter demitido, em maio de 2024, um diretor no INSS pela “letargia” em análises apresentadas. “Eu agi a tempo, eu demiti um diretor, que tinha sido superintendente no governo anterior, demiti em maio de 2024 pela letargia, na demora“, afirmou.

O nome do diretor não foi indicado durante a colocação de Lupi. A reportagem entrou em contato com o ministério para mais informações e o texto será atualizado quando houver retorno.

Fonte: R7