Criminosos atraem vítimas usando o meio digital para exigir, sobretudo, dinheiro.
Mato Grosso do Sul registrou 2.267 golpes eletrônicos entre janeiro e abril de 2025, conforme aponta a Polícia Civil. Em comparação com o ano passado, houve aumento de 52% em relação ao mesmo período e, segundo a polícia, os casos vêm aumentando desde a pandemia de covid-19.
Para o delegado da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, Rodrigo Camapum, os crimes praticados pelas redes sociais começaram a ganhar espaço porque o anonimato é maior do que em crimes que envolvem a presença física.
” A criminalidade migrou, saiu daquela criminalidade comum, de rua, dos crimes de furto e roubo, e passou a uma criminalidade de estelionato, principalmente praticados em meio virtual. O crime praticado pelas redes sociais permite um anonimato maior, já no crime de roubo a pessoa tem que estar presente fisicamente,. Nos crimes praticados através de redes sociais, o criminoso pode disparar um e-mail para diversas pessoas, conseguindo atingir muito mais vítimas do que um crime de roubo, dificultando a investigação, a recuperação dos valores, a apuração e a punição desses autores”, ressalta o delegado.
Para atender a demanda, a Polícia Civil criou a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, que ainda deve ser inaugurada. “Funcionários e policiais são capacitados para investigar esses crimes justamente para que a gente possa ter uma efetividade maior”, explica o delegado Rodrigo Camapum.
Os golpes
Uma cartilha elaborada pela Polícia Civil, chamada “Golpe? Tô fora”, elenca 31 golpes cibernéticos registrados. Confira:
- golpe do bilhete premiado
- golpe do falso sequestro
- golpe do parente com carro quebrado
- golpe da falsa clonagem de cartão bancário
- golpe do intermediador de venda
- golpe do “whatsapp hackeado”
- golpe do falso boleto
- golpe do falso “site”
- golpe dos falsos fiscais
- golpe do falso namorado
- golpe da troca de cartão
- golpes decorrentes da covid-19
- golpe dos falsos agentes de saúde
- golpe do falso leilão
- golpe do nudes – sextorsão
- golpe do falso empréstimo
- golpe do falso presente
- golpe do instagram hackeado
- golpe do investimento financeiro
- golpe do falso link
- golpe do falso pagamento por meio de pix
- golpe da falsa notificação policial
- golpe da falsa herança
- golpe do acesso remoto no celular por
- falso funcionário de banco
- golpe da falsa conta cofre da instituição bancária
- golpe dos precatórios
- golpe dos valores de inss
- golpe do cartão travado no caixa eletrônico
- golpe da devolução do pix
- golpe da encomenda por equívoco
A orientação do delegado Rodrigo Camapum é para que, enquanto não é inaugurada a delegacia que vai atender os casos de crimes cibernéticos, a população deve comunicar a polícia através das delegacias de pronto atendimento.
“Os casos registrados ajudam nas investigações de grupos criminosos. As estatísticas também podem contribuir para melhorias e implantações de políticas públicas. Sempre desconfie quando houver um benefício muito grande. Outra dica é, quando receber SMS, não clique em links e normalmente não é pedido que seja feito procedimentos pelo telefone”, orienta.
Fonte: G1