MCTI consolida maior ciclo de investimentos em ciência e tecnologia desde o fim do contingenciamento do FNDCT

Foto: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI)

Há quatro anos, o setor de ciência e tecnologia (C&T) tem avançado de forma considerável no Brasil. Em 2025, os investimentos gerenciados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) bateram mais uma marca histórica. Com uma fase de execução robusta de seus programas estruturantes, o trabalho foi concentrado em entregas concretas. A liberação de recursos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa vinculada ao MCTI e principal operadora do fundo, atingiu mais um recorde: com orçamento aprovado em R$ 14,66 bilhões, investiu, até o 2º trimestre do ano, R$ 8,39 bilhões.   

O foco do investimento está no legado de infraestrutura e estabilidade: a injeção recorde no Pró-Infra — o montante anunciado para 2024–2025 supera R$ 1 bilhão — para a recuperação de laboratórios; o fim do contingenciamento do FNDCT; o avanço de obras estratégicas como o AmazonFace; e a expansão da Rede Observacional do Novo PAC.  

Obras e Equipamentos em Andamento  

A recuperação da infraestrutura de pesquisa é garantida pelo Pró-Infra. Em 2025, o programa registrou o maior investimento de sua história: R$ 1,5 bilhão. Os recursos estão sendo aplicados diretamente na recuperação de 75 projetos em 42 instituições de ciência, tecnologia e inovação (ICTs). O objetivo é a conclusão de obras civis e a compra de grandes equipamentos, um legado direto para a capacidade de pesquisa nacional.  

Do total de R$ 1,5 bilhão do Pró-Infra em 2025, R$ 1 bilhão está concentrado nos dois editais mais recentes. Na primeira, são R$ 500 milhões para a ampliação de infraestrutura de pesquisa em universidades e ICTs, incluindo aquisição de equipamentos, elaboração de projetos de engenharia e execução de obras complexas.  

Já na segunda, são mais R$ 500 milhões para a criação e modernização de estruturas científicas em seis áreas estratégicas: agroindústria sustentável, saúde, mobilidade urbana, transformação digital, bioeconomia/transição energética e tecnologias para soberania e defesa.  

Projetos de fronteira   

O projeto AmazonFace, outro grande projeto estruturante do MCTI avança para a fase de entrega em 2026. Trata-se de uma estrutura instalada na Amazônia que simula condições atmosféricas futuras elevando CO no dossel da floresta tropical. O objetivo é entender como o bioma reagirá às mudanças climáticas projetadas. Fruto de uma parceria entre Brasil e Reino Unido, o projeto vai além, ele consolida o Brasil como líder mundial na produção de dados primários para modelos climáticos.  

A pesquisa pretende antecipar os efeitos do aumento de CO₂ e suas consequências para o ecossistema da região, permitindo que decisões baseadas em evidências científicas sejam tomadas. Para a ministra do MCTI, Luciana Santos, o experimento representa não só um avanço, mas o reconhecimento de que a resiliência climática já é uma realidade. “Estamos vivendo esse processo de queimadas, o que só reafirma que esse não é um assunto do futuro, mas do presente”, analisa a ministra.  

Segundo o cientista brasileiro envolvido no projeto AmazonFace, Carlos Alberto Quesada, a ciência é essencial no entendimento das mudanças climáticas. “A previsão é que a região fique mais quente e seca no futuro, o que pode transformar a floresta em savana”, afirmou.  

O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) complementa o financiamento, com a destinação de mais de R$ 12,1 bilhões. Ele tem sido um pilar estratégico para o avanço de grandes projetos em inovação tecnológica, infraestrutura de pesquisa e transição energética. Em 2025, o MCTI autorizou R$ 2,4 bilhões para ações específicas, focando no fortalecimento da infraestrutura científica e tecnológica do Brasil. O destaque foi a Rede Observacional, que integra iniciativas de monitoramento e análise em tempo real para diversas áreas da pesquisa, como o clima, bioeconomia e inovação digital.  

Como parte dessa estratégia, o MCTI tem direcionado esses recursos para o financiamento de supercomputadores, essenciais para o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) e de projetos de big data, com a instalação de novos laboratórios de pesquisa e a expansão de unidades vinculadas ao ministério, como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Além disso, o MCTI tem apoiado, por meio do Novo PAC, editais voltados à expansão da infraestrutura de pesquisa, com um foco em aceleradores de partículas, inovações tecnológicas e novas plataformas de conhecimento, possibilitando um avanço significativo da ciência nacional.  

Em 2025, novos projetos estruturantes de ciência e tecnologia passaram a integrar o Novo PAC, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que vai possibilitar ao Brasil autonomia na produção de radioisótopos, essenciais no diagnóstico e tratamento de diversas doenças.  

Economia  

O fomento à inovação no âmbito da Nova Indústria Brasil (NIB) avançou de forma expressiva em 2025, com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao MCTI, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Foram aprovados, aproximadamente, R$ 14 bilhões em crédito para projetos de inovação de janeiro a setembro de 2025, valor que já iguala todo o crédito aprovado em 2023. Isso evidencia a aceleração dos investimentos em digitalização, modernização e desenvolvimento de tecnologias estratégicas como inteligência artificial e semicondutores.   

Esse esforço coordenado, tem gerado um ambiente de crédito mais robusto e previsível, capaz de impulsionar cadeias produtivas nacionais. Iniciativas voltadas à inteligência artificial vem sendo impulsionadas pela NIB, com cerca de R$ 5,4 bilhões já destinados a soluções de IA até setembro de 2025, incluindo suporte a sistemas integrados, desenvolvimento de hardware especializado e infraestrutura de dados, apontando para uma reconfiguração da base tecnológica industrial no País.   

O conjunto de ações de 2025 deixa claro que a área de ciência e tecnologia voltou a operar com estabilidade e capacidade real de entrega. Para a ministra Luciana Santos, a retomada da ciência simboliza um reposicionamento do país: “Ciência não é gasto, é investimento. E é o investimento mais inteligente e estratégico que um país pode fazer”.   

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação