MEC discute inteligência artificial em fórum na China

Foto: Divulgação/MEC

Representando o ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, a presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, participou nesta sexta-feira, 14 de novembro, do fórum da China com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Pequim. Em seu discurso, a dirigente abordou a educação superior e a inteligência artificial e destacou que o tema exigirá, de governos e professores, uma atualização constante e ações eficazes para formar estudantes para os desafios da era digital. 

“O mundo tem passado por transformações tecnológicas cada vez mais aceleradas, o que exige profundas adaptações comportamentais, mas também a reflexão sobre os possíveis efeitos deletérios para a espécie humana”, ressaltou. Denise argumentou que o apoio para realizar diversas tarefas pode auxiliar no aumento da produtividade e na melhoria dos processos de aprendizagem, mas o uso indiscriminado da tecnologia deve ser regulamentado, com base em aspectos éticos e de integridade na produção intelectual. 

A presidente da Capes reforçou que os processos pedagógicos de ensino-aprendizagem têm sofrido mudanças estruturais com a introdução de novas metodologias e a necessidade de acelerado letramento digital dos professores. 

Relações bilaterais – O Fórum China/Celac faz parte da Conferência Mundial de Língua Chinesa. Na abertura deste evento, também nesta sexta-feira, Denise Pires de Carvalho abordou o tema “Liderança em Inovação, Empoderamento Digital: Tornando a Língua Chinesa Acessível”. Ela disse que o Brasil valoriza a longa cooperação com a China e, nos últimos anos, tem feito progressos importantes no avanço das iniciativas de cooperação educacional. Na conferência, também participam representantes do Azerbaijão, da Geórgia, de Gana, de Papua Nova Guiné, das Ilhas Salomão e da Hungria. 

Denise informou que, atualmente, há 15 Institutos Confúcio no Brasil e que 50 instituições de ensino superior da China ofertam cursos de português para mais de 5 mil estudantes. Neste ano, cerca de 20 mil alunos brasileiros estão matriculados em cursos de língua chinesa. Brasil e China são, ainda, signatários de Memorando de Entendimento sobre Mobilidade Acadêmica na Área de Ensino e Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira, que prevê uma série de ações de cooperação. 

A presidente lembrou que, por meio do Programa Brasileiro de Intercâmbio de Estudantes, o governo brasileiro oferece vagas gratuitas para estudantes estrangeiros que desejam estudar a língua portuguesa ou cursar graduação e pós-graduação em diversas universidades renomadas do país, em diferentes áreas do conhecimento.  Atualmente, a cooperação Brasil-China abrange cerca de 26 universidades brasileiras, 75 instituições chinesas e mais de 80 convênios. 

O Brasil considera a cooperação acadêmico-científica com a China de extrema importância para o avanço do conhecimento e inovação em diversas áreas. O país asiático, como segunda maior economia global e líder em pesquisa científica e tecnológica, pode oferecer acesso a tecnologias aplicadas a desafios locais e regionais. Ao mesmo tempo, os brasileiros contribuem com sua expertise em áreas como agricultura, biodiversidade, energias renováveis e ciências sociais. 

Agenda – Nesta sexta-feira (14), a presidente também se reuniu com o vice-ministro da Educação, Ren Youqun. A dirigente ainda visitou na quinta-feira (13) a Chinese Academy of Sciences (CAS), onde foi recebida pelo diretor-geral Liu Weidong, e a Beihang University (de Aeronáutica e Astronáutica), com o presidente Zhao Changlu, para discutir possíveis parcerias. Na Beihang, a reitora da Unesp, Maysa Furlan, e o diretor do Instituto Confúcio da UnB, Enrique Huelva, assinaram memorando de entendimento. 

 No domingo (16), a missão brasileira irá conhecer o Centro de Educação e Cooperação Linguística (CLEC). A instituição tem interesse em debater a formação conjunta de professores de chinês para atuação no Brasil. Também visitará a Fundação Internacional de Educação da China (CIEF), que coordena os Institutos Confúcio pelo mundo. 

O objetivo dos encontros, que se encerram no dia 18 e incluem reuniões na Embaixada do Brasil na China, é debater possíveis cooperações na pós-graduação e formação de professores. Pelo Ministério da Educação, também participam da delegação, a coordenadora-geral de Colegiados na Capes, Jaqueline Schultz, e o coordenador de Relações Bilaterais do MEC, Vinicius Scofield. 

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Capes 

Fonte: Ministério da Educação