Mercado da soja segue estável no Brasil enquanto Chicago oscila com pressão externa

O mercado da soja no Brasil segue sem grandes alterações, com preços estáveis e negócios limitados. Segundo levantamento da TF Agroeconômica, as indicações de valores para pagamento em meados de setembro, com entrega entre agosto e setembro, permanecem em torno de R$ 140,00 por saca nos portos. No interior do Rio Grande do Sul, Cruz Alta registrou R$ 135,20, enquanto Passo Fundo e Santa Rosa/São Luiz ficaram em R$ 134,00, variando conforme a data de pagamento. Em Panambi, o preço ao produtor foi de R$ 123,00 por saca.

Em Santa Catarina, a soja ganha relevância, mas o déficit de armazenagem preocupa. A safra recorde de grãos gerou falta superior a 800 mil toneladas na capacidade instalada, levando produtores a recorrerem a soluções emergenciais, como silos-bolsa. No porto de São Francisco, a cotação foi de R$ 142,84 por saca.

No Paraná, além da estabilidade de preços, o plantio da nova safra já começou. Em Paranaguá, a soja foi cotada a R$ 142,01 (-0,61%). Em Cascavel, R$ 128,43 (+0,52%); Maringá, R$ 129,96 (-3,38%); Ponta Grossa, R$ 131,69 (-2,81%); e Pato Branco, R$ 139,97 (+0,23%). No balcão, em Ponta Grossa, o preço ficou em R$ 118,00.

Já em Mato Grosso do Sul, o mercado iniciou setembro com estabilidade, reforçando a competitividade logística do estado. Em Dourados, a cotação foi de R$ 123,51 (+0,17%), Campo Grande R$ 123,30 (-1,27%), Maracaju R$ 123,30 (-0,10%), Chapadão do Sul R$ 121,79 (-1,78%) e Sidrolândia R$ 123,30 (-0,49%).

No Mato Grosso, maior produtor nacional, os preços recuaram em diversas regiões. Campo Verde registrou R$ 120,87 (-2,52%); Lucas do Rio Verde, R$ 119,05 (+0,53%); Nova Mutum, R$ 119,16 (+0,98%); Primavera do Leste, R$ 120,87 (-1,84%); Rondonópolis, R$ 120,25 (-5,91%); e Sorriso, R$ 119,05 (+0,80%).

Chicago registra forte volatilidade após perdas recentes

Na Bolsa de Chicago (CBOT), a soja apresentou leve recuperação nesta quarta-feira (3), após perdas expressivas na sessão anterior. Às 7h20 (horário de Brasília), o contrato novembro subia para US$ 10,41 e o março para US$ 10,75 por bushel.

De acordo com analistas, o movimento reflete uma realização de lucros, mas a ausência da China nas compras no mercado norte-americano e a instabilidade financeira global seguem pressionando os preços.

Enquanto os Estados Unidos avançam para concluir o desenvolvimento da safra, o Brasil inicia o plantio da temporada 2025/26, que tem expectativa de novo recorde de produção. O clima no país deverá ganhar maior relevância no radar dos traders.

Queda da soja em Chicago foi puxada por incertezas comerciais

Na terça-feira (2), os contratos da oleaginosa encerraram em queda. O contrato novembro recuou 1,28%, cotado a US$ 1.041,00, enquanto o de janeiro caiu 1,21%, a US$ 1.059,50 por bushel. O farelo de soja para outubro teve baixa de 1,80%, a US$ 278,30 por tonelada curta. Já o óleo de soja para outubro avançou 1,08%, cotado a US$ 52,26 por libra-peso.

O recuo foi influenciado pela avaliação de que as negociações entre Estados Unidos e China avançam lentamente, após reuniões classificadas apenas como “preliminares”. Esse cenário gerou incertezas sobre a demanda no momento em que os produtores americanos iniciam a colheita.

Apesar da pressão, dados do USDA mostraram que as inspeções de exportação de soja dos EUA somaram 472.914 toneladas entre 22 e 28 de agosto, alta de 20,28% na semana, com o Vietnã como principal destino. O volume trouxe algum suporte, mas não reverteu a tendência de queda.

China e Europa ajustam compras e ampliam diversificação

No mercado internacional, a China busca diversificar fornecedores, ampliando negociações com Argentina e Uruguai, o que reduz o peso das aquisições junto aos Estados Unidos. Já na União Europeia, a Comissão Europeia reportou queda de 4,92% nas importações de soja nos dois primeiros meses do ano comercial 2025/26, totalizando 2,28 milhões de toneladas. O farelo de soja também registrou retração, com Brasil e Argentina mantendo-se como os principais fornecedores ao bloco.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio