
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) participou, na última sexta-feira (15/11), do debate “Mercado de Carbono Voluntário: desafios e oportunidades no setor florestal”, realizado no Pavilhão BNDES, na Zona Verde da COP30. A mesa reuniu representantes do governo federal, instituições financeiras e do setor de certificação para discutir os caminhos para fortalecer o mercado voluntário de carbono no país e ampliar sua integridade.
O encontro contou com a presença do diretor de programa do MMA, André Andrade; da coordenadora-geral da Secretaria Extraordinária do Mercado de Carbono do Ministério da Fazenda, Luísa Panico; da representante da Verra no Brasil, Annie Groth; do CEO da Re.Green, Thiago Picolo; do diretor de finanças sustentáveis do Banco do Brasil, Henrique Vasconcellos; e do head de risco social, ambiental e climático do Bradesco, Julio Carepa. A abertura e o encerramento foram conduzidos por Gabriel Aidar, representando o BNDES.
Durante o debate, André Andrade destacou a necessidade de fortalecer a governança e garantir segurança jurídica para o avanço do mercado. Também ressaltou que o MMA mantém um grupo de trabalho dedicado a ampliar a oferta e a demanda por créditos de carbono, com foco em transparência e prevenção da dupla contagem.
“O trabalho do BNDES é fundamental para dar segurança ao mercado. Também precisamos assegurar consulta prévia a povos indígenas e comunidades tradicionais, garantindo repartição justa de benefícios. Integridade é o ponto central: o Brasil precisa produzir créditos de alta qualidade”, afirmou.
Por meio da perspectiva do setor financeiro, Henrique Vasconcellos reforçou os aprendizados do Banco do Brasil após quatro anos de atuação no mercado voluntário. Segundo ele, governança e processos robustos são essenciais para garantir credibilidade.
“O crédito hoje valoriza apenas o excedente, não quem preserva. Precisamos ampliar metodologias que reconheçam quem mantém a floresta em pé e diversificar as frentes de atuação, indo além dos ativos florestais, com biogás e mobilidade elétrica. O BB já opera com mais de 40 linhas nesse segmento”, observou.
As expectativas para o mercado regulado de carbono foram apresentadas por Luísa Panico, do Ministério da Fazenda. Ela explicou que o sistema terá limite de emissões e emissão de cotas pelo governo, o que vai fomentar a demanda por créditos. “O objetivo é dar confiabilidade ao mercado, certificando metodologias e permitindo que créditos voluntários possam ser utilizados no mercado regulado. Envolver a CVM e o Banco Central é essencial para regular as operações. Nosso foco não é a especulação, é financiar a preservação”, afirmou.
O painel encerrou enfatizando que a consolidação do mercado de carbono no Brasil depende de integridade, regulação clara e participação ativa dos diversos setores envolvidos, do financiamento à certificação, passando por comunidades tradicionais e mecanismos de governança pública.
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