Mercado de milho segue lento no Brasil com colheita travada e preços flutuando na B3 e Chicago

Colheita travada mantém mercado interno lento

A colheita do milho no Paraná permanece praticamente parada, refletindo-se em um mercado brasileiro com pouca liquidez e ritmo lento. Nos Campos Gerais, a oferta do milho disponível é de cerca de R$ 76,00 por saca FOB, com poucos pedidos pontuais a R$ 80,00, enquanto as ofertas CIF para junho se mantêm em R$ 73,00, direcionadas principalmente à indústria de rações.

No Rio Grande do Sul, o mercado segue lateralizado com negociações pontuais. Os preços indicados variam entre R$ 66,00 e R$ 70,00 em diferentes localidades, mas os vendedores permanecem firmes em suas expectativas, dificultando a concretização de negócios.

Santa Catarina apresenta uma safra recorde, porém o mercado está travado. Produtores do Planalto Norte pedem até R$ 82,00 por saca, mas compradores não oferecem mais que R$ 79,00. Em Campos Novos, o descompasso é ainda maior, com pedidos entre R$ 83,00 e R$ 85,00 e ofertas que não ultrapassam R$ 80,00 CIF.

Em Mato Grosso do Sul, a liquidez continua baixa, mesmo com alguma recuperação pontual em regiões como Chapadão do Sul. As cotações variam de R$ 46,59 a R$ 54,00, enquanto a colheita da segunda safra ainda avança lentamente.

Preços do milho apresentam leves baixas na B3

Na Bolsa Brasileira (B3), os preços futuros do milho abriram a quarta-feira (18) com quedas moderadas. Por volta das 10h07, o contrato julho/25 era cotado a R$ 62,81 (-0,22%), setembro/25 a R$ 63,80 (-0,16%), novembro/25 a R$ 67,62 (-0,12%) e janeiro/26 a R$ 72,09 (-0,17%).

O mercado acompanha atentamente as condições climáticas nos Estados Unidos, que têm registrado chuvas e temperaturas mais elevadas no Centro-Oeste, favorecendo o desenvolvimento das lavouras e pressionando os preços internacionais.

Mercado internacional opera em campo misto na Bolsa de Chicago

Na CBOT, o milho futuro operava misto na manhã de quarta-feira (18). O contrato julho/25 recuava 0,50 ponto a US$ 4,31, enquanto os vencimentos setembro/25, dezembro/25 e março/26 avançavam entre 1 e 1,25 pontos, cotados entre US$ 4,24 e US$ 4,55.

Analistas destacam que o clima favorável nos EUA limita a recuperação dos preços, e que políticas recentes, como as novas obrigações para biocombustíveis renováveis, beneficiam mais a soja e seus derivados do que o milho.

Atraso na colheita e exportações lentas sustentam preços da nova safra no Brasil

Segundo a TF Agroeconômica, o atraso na colheita da segunda safra e o ritmo lento das exportações têm contribuído para manter os preços da nova safra do milho em alta na B3. O relatório semanal da Conab indicou avanço de apenas 3,9% na colheita da safrinha, ritmo inferior aos 13,1% do mesmo período em 2024 e à média dos últimos cinco anos.

Além disso, as exportações em maio registraram queda de 90,6% frente ao ano anterior, com o volume embarcado nos primeiros dez dias de junho correspondendo a apenas 7,8% do mesmo período do ano passado. Este cenário ressalta a importância de um volume mínimo de vendas externas para equilibrar os estoques internos e manter a paridade com o mercado internacional.

O mercado brasileiro de milho enfrenta dificuldades em função da colheita travada, baixa liquidez e preços firmes, enquanto o cenário externo segue influenciado pelo clima favorável nos EUA e fatores geopolíticos. A lentidão nas exportações brasileiras reforça o papel estratégico do comércio internacional para a sustentação dos preços da nova safra.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio