O mercado brasileiro de fertilizantes NPK apresentou uma mudança expressiva nos últimos 30 dias, caracterizada por uma “virada de chave”, segundo avaliação de Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado. O movimento está relacionado à sazonalidade e ao volume recorde de importações, que vêm impactando diretamente os preços.
Alta no primeiro semestre dá lugar à retração
Durante o primeiro semestre de 2025, os preços do fósforo (P) e do potássio (K) seguiram em trajetória de alta. Entretanto, a partir do final de julho, o cenário começou a se inverter.
Apesar do crescimento nas importações totais de fertilizantes, Souza observa que a proporção de nutrientes não evoluiu no mesmo ritmo:
- Aumentaram as compras de sulfato de amônio, SSP e NP.
- Caíram as importações de ureia e MAP.
- O nitrogênio manteve-se estável.
- O fósforo apresentou leve aumento.
Balanço anual ainda indica preços em alta
Mesmo com a queda recente, o balanço anual segue apontando alta nos preços. Produtores que adquiriram cloreto de potássio (KCl) no ano passado continuam a obter vantagens nominais, principalmente diante da valorização da soja, que favorece as relações de troca.
No entanto, Souza destaca que a logística pode se tornar um entrave: adiar a compra pode gerar dificuldades em regiões prestes a iniciar o plantio, limitando a chance de aproveitar a redução dos preços observada em agosto.
Brasil mantém competitividade no mercado global
Na comparação internacional, o Brasil continua oferecendo fertilizantes mais competitivos em relação a grandes consumidores como Índia, Estados Unidos e Argentina, mesmo que os preços domésticos na China se mantenham mais baixos.
Diante desse cenário, Souza recomenda atenção às oportunidades que podem surgir no mercado, principalmente para a segunda safra e para o ciclo 2026/27.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio