Mercado de trigo no Sul do Brasil segue cauteloso com produtores resistentes a preços atuais

O mercado de trigo no Sul do Brasil mantém um ritmo cauteloso, especialmente no Rio Grande do Sul, onde compradores e produtores ainda aguardam definições sobre a qualidade e o volume da nova safra. De acordo com a TF Agroeconômica, a resistência dos agricultores em aceitar os preços oferecidos pode alterar a tendência natural de queda, com expectativa de possível valorização nos próximos meses.

No estado, o mercado disponível segue lento, com negócios pontuais programados para agosto e maior concentração para setembro. Os preços indicativos variam entre R$ 1.280 e R$ 1.350 por tonelada, dependendo da qualidade do produto e da localização. Os moinhos relatam moagem reduzida e margens estreitas. Até o momento, aproximadamente 90 mil toneladas da nova safra já foram negociadas, sendo 60 mil destinadas à exportação e 30 mil para abastecer a indústria local.

No cenário internacional, o trigo argentino para dezembro tem registrado pressão vendedora devido à maior oferta prevista, resultando em preços até US$ 10 por tonelada abaixo do valor spot.

Santa Catarina: abastecimento gaúcho mantém preços estáveis

Em Santa Catarina, o abastecimento segue sendo feito principalmente pelo trigo do Rio Grande do Sul, mantendo os preços estáveis entre R$ 1.330 e R$ 1.360 por tonelada FOB, acrescidos de frete e impostos.

Nos valores pagos diretamente aos produtores, houve recuos em várias regiões, com cotações variando entre R$ 72 e R$ 78 por saca. O estado ainda não apresenta indicações consistentes para a nova safra.

Paraná: mercado travado e alternativas externas

No Paraná, o mercado permanece com baixa liquidez, com produtores relutantes em vender nos níveis atuais. No spot, os preços caíram levemente para R$ 1.400 CIF, enquanto no mercado futuro o trigo fechou próximo de R$ 1.300 CIF.

O trigo paraguaio surge como alternativa, mas enfrenta desafios logísticos, enquanto o produto argentino continua competitivo em Curitiba e nos Campos Gerais. Os preços médios pagos aos agricultores recuaram 0,23% na semana, para R$ 75,87 por saca, mantendo margens de lucro em torno de 4%, apesar de oportunidades mais atrativas no mercado futuro.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio