O mercado de milho brasileiro e internacional segue volátil nesta terça-feira (19), com preços domésticos enfrentando resistência em diversas regiões e contratos futuros nos Estados Unidos refletindo expectativas de safra recorde.
Preços do milho travados em estados brasileiros
No Rio Grande do Sul, os preços permanecem estáveis, mas desfavoráveis para produtores, com ofertas variando entre R$ 65,00 e R$ 68,00/saca nas principais regiões produtoras, como Santa Rosa, Ijuí, Não-Me-Toque e Lajeado. O mercado interno ainda depende do milho externo, segundo a TF Agroeconômica, e as perspectivas para agosto indicam pedidos entre R$ 68,00 e R$ 70,00/saca no interior, enquanto no porto o preço futuro para fevereiro/2026 está em R$ 70,00/saca.
Em Santa Catarina, a falta de liquidez trava negociações. Em Campos Novos, produtores pedem R$ 80,00/saca, contra ofertas de até R$ 70,00, e no Planalto Norte os pedidos giram em R$ 75,00, com médias de ofertas em R$ 71,00, levando agricultores a reduzir investimentos para a próxima safra.
No Paraná, apesar de colheita recorde, o comércio segue lento. Produtores solicitam R$ 73,00 a R$ 75,00/saca FOB, enquanto ofertas CIF permanecem abaixo de R$ 70,00, com médias regionais entre R$ 54,00 e R$ 64,00/saca.
Já em Mato Grosso do Sul, o clima comprometeu a segunda safra, com apenas 59% da área colhida, bem abaixo dos 90% do mesmo período de 2024. Os preços se mantêm entre R$ 44,00 e R$ 50,00/saca, mas a insegurança restringe novos contratos.
Safra recorde nos EUA pressiona Chicago
Nos Estados Unidos, os contratos futuros de milho apresentaram baixa na manhã desta terça-feira. Por volta das 7h25 (horário de Brasília), o contrato de setembro recuava para US$ 3,79/bushel, e o de dezembro valia US$ 4,03/bushel.
A pressão vem da expectativa de safra recorde, confirmada pelo Pro Farmer Crop Tour, que apontou altas produtividades em Ohio e Dakota do Sul, superando estimativas do USDA em alguns casos. As previsões nacionais serão divulgadas ao final da semana, influenciando diretamente as cotações internacionais.
Outros fatores, como perdas no trigo e tensões geopolíticas, especialmente o conflito Rússia x Ucrânia, também afetam os preços no mercado externo.
Milho registra alta na B3 sustentada por exportações
Apesar da volatilidade externa, os contratos futuros de milho encerraram em alta na B3 nesta segunda-feira (18), impulsionados pelo bom ritmo das exportações brasileiras. Dados da Secex indicam embarque de 3,12 milhões de toneladas desde o início de agosto, ligeiramente acima do mesmo período de 2024.
No mercado interno, segundo o Cepea, os preços domésticos do milho seguem pressionados pela expectativa de produção global recorde e retração de compradores, que aguardam desvalorizações maiores com o avanço da colheita e dificuldades de armazenagem. O USDA projeta a safra norte-americana em 425,25 milhões de toneladas, enquanto a Conab estima 137 milhões de toneladas para o Brasil em 2024/25, alta de 18% sobre a temporada anterior.
Fechamento dos contratos futuros na B3:
- Setembro/25: R$ 65,74 (+R$ 0,99 no dia, +R$ 0,44 na semana)
- Novembro/25: R$ 68,33 (+R$ 0,90 no dia, +R$ 0,75 na semana)
- Janeiro/26: R$ 70,96 (+R$ 0,39 no dia, +R$ 0,40 na semana)
Na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado apresentou movimento misto:
- Setembro: US$ 383,00/bushel (-0,20%)
- Dezembro: US$ 406,50/bushel (+0,25%)
As baixas refletem queda de 31% nas inspeções de embarques semanais, embora uma venda adicional de 124 mil toneladas para destino não revelado tenha dado suporte aos contratos futuros.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio