Mesmo com queda, cesta básica em Campo Grande é a 6ª mais cara do País

FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Entre setembro e outubro, os preços médios de oito dos 13 produtos que fazem parte da cesta básica tiveram redução, o que contribuiu para a leve queda no valor total. 

O valor da cesta básica em Campo Grande registrou uma leve queda na variação de setembro ao mês de outubro, de -0,43%, chegando no valor de R$777,28. Mesmo com a leve queda, a Capital sul-mato-grossense ocupa o 6º lugar entre as capitais com valor mais alto do País.

A diferença entre o mês de setembro e o mês de outubro é o equivalente a R$3,39, de acordo com o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Essa variação pode ser sentida no bolso dos consumidores, já que, segundo o levantamento, os campo-grandenses precisam trabalhar 112 horas e 39 minutos para garantir os alimentos básicos mensais para a família. 

Além disso, o quase R$780 de cesta básica equivale a 55,36% do valor total do salário mínimo líquido, que é de R$1.518. 

Entre setembro e outubro, os preços médios de oito dos 13 produtos que fazem parte da cesta básica tiveram redução, o que contribuiu para a leve queda no valor total. 

A maior diferença pôde ser vista no arroz agulhinha, que diminuiu 4,99% do valor em 30 dias, seguido pela banana (-4,11%), açúcar cristal (-2,86%), manteiga (-2,73%), leite integral (-2,59%), café em pó (-2,03%), pão francês (-0,50%) e do feijão carioca (-0,30%). 

Entre os outros itens, a batata teve a maior elevação nos preços, chegando a 11,53% a mais. Em seguida, o tomate (4,06%), óleo de soja (2,63%), farinha de trigo (1,15%) e a carne bovina de primeira (0,15%) também tiveram alta. 

Na comparação entre o mês de outubro do ano passado, o valor acumulou uma alta de 3,49% e, de janeiro até o mês 10 deste ano, a variação acumulada cresceu 0,90%. 

O café em pó foi o responsável pelas maiores elevações de preços. No acumulado do último ano, o produto subiu 58,87%, acompanhado de mais cinco produtos: tomate (32,34%), óleo de soja (26,08%), carne bovina de primeira (16,21%), farinha de trigo (10,39%) e pão francês (7,38%). 

Já no acumulado entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, o café teve alta de 44,82%, puxando os valores da cesta básica. Aumento expressivo dos valores no período também foi observado com o tomate (40,13%), farinha de trigo (8,68%), pão francês (4,46%) e óleo de soja (1,41%). O leite integral não registrou variação. 

Nacional
Mesmo com leve queda, Campo Grande ainda faz parte do “Top 10” entre as capitais com valor de cesta básica mais caras do País. O valor supera grandes cidades como Curitiba (R$761,77), Vitória (R$746,22), Goiânia (R$720,57) e Brasília (R$717,65). 

São Paulo continua como a primeira da lista, com a cesta básica mais cara do País, chegando a R$847,14, o equivalente a 60,33% do salário mínimo brasileiro. 

Segundo os dados do Dieese, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta nas 27 capitais brasileiras em outubro foi de 100 horas e 19 minutos, maior que o registrado no mês anterior, que foi de 99 horas e 53 minutos. 

Com base na cesta mais cara, de São Paulo, e considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. 

Em outubro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$7.116,83 ou 4,69 vezes o mínimo de R$1.518,00. Em setembro, o valor necessário era de R$7.075,83 e correspondeu a 4,66 vezes o piso mínimo. 

Fonte: Correiodoestado